Objetivo: Identificar se as mulheres já sofreram preconceito de gênero na carreira médica. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório, transversal de abordagem quantitativa. A coleta de dados ocorreu com médicas que atuavam no estado de Goiás, por meio de um questionário validado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética me Pesquisa (CEP). Resultados: Foram entrevistadas 102 médicas, entre a faixa etária de 20 a 29 anos (44,1%), da cor branca (62,7%) e que atuavam em ambas as redes públicas e privadas (53,9%). Em relação ao nível de satisfação no trabalho as médicas avaliaram como ótimo (40,2%) e boa (36,3%), e relataram que nunca vivenciaram algum episódio em que seu gênero atrapalhou o desempenho de sua função (76,5%), mas já tiveram sua competência questionada por ser mulher (57,8%). O principal tipo de abuso relatado foi psicológico (25,5%) seguido pelo verbal (24,4%) sendo relatado que já sofreu algum tipo de preconceito na graduação (57,8%) e presenciaram algum tipo de preconceito dentro da profissão (55,9%). Conclusão: as mulheres médicas consideram satisfeitas com a profissão. Há, no entanto, preconceito de gênero na medicina. Por fim, o trabalho se faz relevante por discutir esse tema tão vivenciado no cotidiano dessas profissionais e ainda assim pouco evidenciado na literatura.