A exposição aos agrotóxicos é associada a impactos negativos no desenvolvimento fetal, ao câncer e a outros efeitos graves à saúde, sendo que gestantes, crianças e adolescentes são considerados grupos de maior risco. A infância é um período com suscetibilidade notável à exposição a substâncias químicas, pois, exposições tóxicas, durante o desenvolvimento, ocasionam alterações sutis que podem acarretar importantes déficits funcionais e aumento do risco de doenças na fase adulta. O estudo dos impactos à saúde associados à exposição aos agrotóxicos requer avaliação da exposição. O presente estudo examinou, por meio de revisão de escopo, como vem sendo avaliada a exposição de crianças aos agrotóxicos no Brasil. A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados: PubMed (MEDLINE), Biblioteca Virtual de Saúde (bvs), Web of Science e FSTA (Food Science and Technology Abstracts). Entre os 34 estudos incluídos nesta revisão de escopo, observou-se que 11 utilizaram questionários para aferir o grau de exposição aos agrotóxicos; 12 fizeram uso de biomarcadores; 04 de análises da presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos e 11 de medidas indiretas de exposição da população como informações do consumo per capita de agrotóxicos. Há 04 estudos que utilizaram simultaneamente questionário e biomarcador. Salienta-se a relevância de estudos com uso simultâneo de questionário e de biomarcadores para o estabelecimento de índice de exposição e para a identificação precoce do potencial agravo à saúde de determinado agente e minimização dos riscos. Como desdobramento deste trabalho, aponta-se o estímulo ao avanço da ciência quanto à avaliação da exposição de crianças aos agrotóxicos.