Depósitos de ametista de classe mundial ocorrem associados à Formação Serra Geral (Cretáceo Inferior) no sul do país e imediações, particularmente nas regiões de Ametista do Sul (RS) e de Artigas (Uruguai). Tais derrames se estendem para norte até a região do Triângulo Mineiro (MG), onde foram estudados três depósitos de pequenas proporções (Fazenda Barreiro, Pedreira Incopol e Tembezinho), juntamente com seus basaltos encaixantes. O objetivo principal deste trabalho foi caracterizar a geologia e a mineralogia destes depósitos, bem como compará-los aos que ocorrem em derrames congêneres do sul. Petrograficamente, tais basaltos mostraram plagioclásio, piroxênio, vidro vulcânico e opacos, além da alteração do vidro e dos minerais silicáticos da matriz para argilominerais, e preenchimentos secundários de calcedônia, esmectita, quartzo micro e macrocristalino e calcita. Análises geoquímicas indicaram basaltos com altos teores de Ti (2,67-3,98% TiO2); somente uma amostra foi caracterizada como andesito basáltico segundo o diagrama TAS. Comparadas a seus congêneres do sul do país, são rochas quimicamente similares aos basaltos mineralizados de alto Ti de Ametista do Sul. As ocorrências de ametista estudadas estão associadas a derrames que possuem espessuras aparentes menores que 50 m, preenchendo fraturas verticais ou formando geodos de forma semi-esférica a cônica. Calcita e celadonita, minerais comuns e abundantes associados à ametista do RS, foram observados apenas na ocorrência da Pedreira Incopol. Com base nas altitudes observadas, considerou-se a possibilidade de existência de pelo menos três derrames distintos da Formação Serra Geral na região do Triângulo Mineiro.