Neste texto, os autores apresentam os diferentes aspectos do aprendizado da cirurgia de facoemulsificação pelo cirurgião iniciante. Discutem também o papel do professor e do aluno no ambiente da "Sala de Aula Cirúrgica", sugerindo alguns princípios que melhor fundamentam o aprendizado cirúrgico, reduzindo complicações e proporcionando maior segurança para o paciente. Gawande, Metropolitan Books, New York, 2002] O ensinamento cirúrgico representa um desafio, tanto para o orientador, que leva à sala cirúrgica sua experiência e o conhecimento de como lidar com as situações inesperadas, quanto para o cirurgião iniciante, que está meramente tentando aprender os passos básicos de um procedimento. O cirurgião iniciante deve não apenas compreender os problemas intelectuais e cognitivos que fundamentam um procedimento cirúrgico, mas, também, dominar os aspectos técnicos, com treinamento freqüente no ambiente cirúrgico. Diferente de outras funções cognitivas da medicina, a obtenção bem sucedida da habilidade cirúrgica requer experiência prática, preferencialmente sob supervisão de um cirurgião experiente.Por outro lado, o paciente que vai a uma sala de cirurgia quer estar confiante nas mãos de um cirurgião, na certeza de que o médico saberá realizar a cirurgia proposta e, conseqüentemente, não lhe causará dano algum. Isso representa um dilema para o estudante e para o professor. Este deve ter muito equilíbrio na hora de permitir ao cirurgião iniciante familiarizar-se com os passos cirúrgicos (habilidade de julgamento e experiência técnica) e, ao mesmo tempo, proteger o paciente dos erros da inexperiência. Essa decisão se torna ainda mais importante no contexto da facoemulsificação, procedimento seqüencial interdependente em que há pouco lugar para erro.Neste texto, temos como objetivo prover, a estudantes e docentes de facoemulsificação, diretrizes que poderão facilitar o aprendizado do novo cirurgião e proporcionar maior segurança para o paciente.