Verificaram-se características radiográficas do posicionamento da falange distal em relação ao estojo córneo em equinos da raça Crioula e correlacionaram-se tais achados com sinais de obesidade e concentrações plasmáticas de insulina. Consideraram-se dois grupos com base no escore da condição corporal (ECC). A média de idade entre os grupos foi de 9,2±5,8 anos em indivíduos normais (ECC 5-7) e de 10,3±3,7 anos em obesos (ECC 8-9). Diferenças estatísticas entre grupos ocorreram para valores de peso, perímetro torácico, escore da condição corporal, escore da crista do pescoço, comprimento do pescoço, circunferência do pescoço em três regiões referentes a 25%, 50% e 75% do comprimento do pescoço e entre o posicionamento da falange distal em relação ao estojo córneo. O ângulo formado entre as superfícies dorsais de falange distal e casco (ângulo de rotação) correlacionou-se estatisticamente com ECC (r = 0,30; P=0,02) e com peso e perímetro torácico (r = 0,50; P<0,01). Quanto à concentração de insulina plasmática, foram encontradas correlações positivas com ECP (r = 0,40; P<0,01) e com ângulo de rotação (r = 0,23; P = 0,08), e correlação negativa com idade (r = -0,42; P<0,01). Em oito animais (27%) o ângulo de rotação foi maior que 2 graus; destes, 25% eram normais e 75%, obesos (P<0,05). Aparentemente, em equinos da raça Crioula, características morfométricas no casco diferiram dos padrões internacionais obtidos de outras raças. A obesidade interferiu na relação espacial da falange distal com o estojo córneo, indicando que os animais obesos dessa raça são mais propensos a desenvolver laminite.