O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e embora avanços terapêuticos tenham sido feitos, ainda existem muitas lacunas. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito antitumoral de Calotropis procera, uma planta popularmente utilizada para tratar diversas doenças, especialmente relacionadas às desordens gástricas e inflamatórias. Para tal, dividimos a tese em três capítulos, sendo o primeiro uma revisão geral dos principais fitoquímicos e efeitos biológicos descritos para essa espécie vegetal. No segundo capítulo, realizamos a caracterização do extrato etanólico bruto das folhas de C. procera (CE), onde foram encontrados principalmente flavonoides, glicosídeos e cardenolídeos. Também avaliamos o potencial antitumoral de CE e das frações metanólica (MF) e acetato de etila (EAF) em células de tumor canino mamário (CMT) e osteossarcoma canino (OST). Como controle positivo foi utilizado o quimioterápico doxorrubicina. Os resultados demonstraram que o tratamento com os extratos de C. procera reduziram a viabilidade celular e proliferação de CMT e OST, refletindo no aprisionamento das células na fase G0/G1. C. procera também alterou a morfologia das células tumorais, deixando-as mais arredondadas e menores, o que é sugestivo de apoptose. De fato, mediante a análise por citometria de fluxo, foi comprovado que C. procera aumentou caspase-3, reduziu angiogênese, o processo de transição epitélio mesenquimal, e aumentou p53 nas células OST; além de reduzir PCNA nas células CMT. Por fim, no terceiro capítulo avaliamos o potencial antimetastático do extrato fenólico bruto de C. procera (CphE) em células de câncer de mama 4T1 e em tumores mamários de camundongos num modelo xenográfico. A quercetina, um dos flavonoides presentes na C. procera, foi utilizada como controle positivo. Os resultados in vitro demonstraram que CphE reduziu a viabilidade das células 4T1; os níveis de ROS; induziu apoptose; modulou as vias de crescimento celular Akt/mTOR e MAPK; reduziu migração celular; e amenizou a transição epitélio-mesenquimal. In vivo, C. procera reduziu ERK1/2 nos tumores mamários, e reduziu metástase hepática e pulmonar, através da redução de Cenpf e Twist. Todos esses resultados analisados em conjunto sugerem fortemente que C. procera apresenta um grande potencial como agente antitumoral.