Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) podem afetar articulações, músculos, tendões, ligamentos e nervos periféricos e são comuns na agricultura devido à sobrecarga de trabalho, esforços excessivos e repetitivos e adoção de posturas inadequadas para a realização das atividades. O objetivo desse estudo é apresentar a prevalência de DORT, a intensidade e características da dor, além de descrever as categorias e ferramentas de trabalho de agricultores da região oeste do Paraná. Foi realizado um estudo observacional transversal com uma amostra representativa dos agricultores associados ao sindicato da região. Para coleta de dados utilizou-se um questionário sociodemográfico, um formulário sobre categorias e ferramentas de trabalho, a escala visual analógica de dor, o questionário nórdico de sintomas osteomusculares e o McGill para caracterização da dor. Participaram do estudo 144 agricultores, com predomínio do sexo masculino (63,89%) e faixa etária entre 18 e 47 anos (73,61%). A prevalência de DORT nos agricultores foi de 100% e, as regiões mais acometidas foram a parte inferior e superior das costas com (59,72%) e (43,75%) respectivamente. A intensidade da dor foi moderada em 50,69% e do tipo enjoada em 89,58% dos participantes. A atividade de cultivo de grãos está presente em 57,64% dos indivíduos e o uso de motosserra e maquinário agrícola foram as ferramentas mais citadas durante o labor. Os achados apontam a necessidade urgente de intervenção terapêutica e preventiva aos trabalhadores e contribuem ao avanço científico da área. Além de tratar os DORT, mostra-se imprescindível adaptações ergonômicas no trabalho dos agricultores.