A aspiração é definida como a inalação do conteúdo da orofaringe ou do estômago para o aparelho respiratório, além das cordas vocais. Ocorre em aproximadamente quatro pacientes para cada 10.000 anestesias e tem sua incidência aumentada em pacientes de cirurgias de emergência, pacientes em mau estado geral, portadores de doenças gastroesofágicas, doenças neurológicas, além de idosos e pacientes obstétricas. Os momentos mais críticos durante a anestesia são o da indução e da extubação traqueal, em particular nos casos de emergência. A probabilidade de aspiração pode ser reduzida pelo conhecimento prévio dos pacientes de risco e aplicação de certas medidas, como o jejum, uso de medicamentos para reduzir a secreção e aumentar o pH gástrico, manutenção da sonda nasogástrica na constatação de grande volume gástrico e pela técnica anestésica de intubação acordado ou indução e intubação traqueal de sequência rápida, com a utilização da manobra de Sellick. Após processo aspirativo, a distinção entre a aspiração ácida, em que o material aspirado é constituído por suco gástrico estéril, a aspiração de partículas sólidas e de substâncias contaminadas por bactérias se faz importante, porque leva a diferentes processos patológicos pulmonares e a conduta terapêutica difere. O tratamento inicial baseia-se na sucção após aspiração presenciada, broncofibroscopia para retirada de partículas sólidas e ventilação pulmonar protetora. Os antibióticos não devem ser prescritos inicialmente, exceto em casos específicos, quando se conhece a flora bacteriana prevalente e os corticoides não melhoram a evolução nem reduzem a mortalidade.