Existem certas perguntas entre curiosas e inquietantes para quem vive o seu cotidiano entre a ciência de que me fiz um profissional, e a arte, de quem me descobri desde muito cedo um adepto, um apaixonado e, em meus limites, um praticante. Creio que partilho essas perguntas com muitas outras pessoas, entre prosadoras, poetas, antropólogas e historiadores. E, dentre as muitas, a que eu trago aqui vem justamente de uma "terceira margem do rio" que, imagino, que sempre existiu entre arte e ciência.A minha pergunta é: "porque eles?" Nesta apresentação a um livro de ciência da sociedade e da cultura é no entanto, com a literatura que quero buscar não respostas, pois este não é o caso, mas ao menos algumas sinalizações sobre escolhas de "a respeito de quem escrever?" Eis que vivendo e escrevendo sobre um mesmo sertão norte-mineiro, dois "Joões", um antropólogo e, o outro, um escritor, João Batista de Almeida Costa e João Guimarães Rosa escolheram de algum modo as mesmas pessoas, os mesmo coletivos de pessoas em suas comunidades, e os mesmos cenários de natureza e de cultura para afinal escreverem sobre quem ou sobre o que escreveram.Por algum momento que me seja permitido deixar o cientista da cultura e autor deste livro à espera de linhas e páginas mais à frente, para me debruçar sobre parceiros de vocação do "outro João", o escritor. E para tanto quero colocá-lo ao lado de outros não menos lidos e consagrados escritores: Euclides da Cunha e Machado de Assis. 1 Com o aporte da FAPEMIG o livro foi publicado em 2012 pela Editora da UNI-MONTES junto com a Editora Intercmeios, de São Paulo. Resoluto saí de lá em galope, doidável. Mas, antes, reparti o dinheiro que tinha, retirei o cinturão-cartucheiras -aí ultimei o Jagunço Riobaldo! Disse adeus para todos, sempremente. Ao que eu ia levar comigo era só o menino, o cego, e os dos catrumanos vivos sobrados: esses eu carecia de repor de volta na terra deles. Nos lugares 2 . Ao que um João, o deste livro, poderia dizer ao personagem do outro João, o do romance. Você deixou de volta os catrumanos lá no lugar deles. Pois eu viajei e voltei lá pra conhecer eles...