A implantação da Política Nacional de Saúde Bucal tencionou organizar as redes de atenção no Sistema Único de Saúde. A investigação objetiva avaliar o fluxo de serviços odontológicos no município de Fortaleza, Ceará, nordeste do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou como cenário as unidades de Atenção Primária em Saúde, Secundária (Centro de Especialidades Odontológicos) e Terciária do município. Participaram do estudo 04 gerentes e 09 dentistas das unidades selecionadas. A coleta de informações, realizada durante o ano de 2021, foi extraída por meio de uma entrevista. Utilizou-se a narrativa hermenêutica para análise dos discursos, dividindo-as em: acesso aos serviços odontológicos, a regulação dos serviços odontológicos e distribuição dos profissionais na rede. Verificou-se que as unidades apresentam áreas territoriais de grande dimensão que gera barreiras geográficas para se ter acesso aos serviços oferecidos. Esse é um dos fatores que gera filas de espera por procedimentos, ocasionando um absenteísmo significativo na oferta de serviços. Também identificado um número de profissionais insuficientes para atendimento da demanda e falhas na marcação de consultas. Concluiu-se que é necessário criar um protocolo padronizado de marcação de consultas na atenção primária, ampliar o quadro de profissionais de saúde bucal nesse nível de atenção e nos centros de especialidades odontológicas, bem como promover a implantação de novos centros.