A garantia de acesso em ambientes escolares não restritivos, com igualdade de oportunidades, é uma das premissas das políticas de inclusão. Tal garantia, na perspectiva vigotskiana, pode ser também tomada como alternativa ao desenvolvimento, considerando ser a escola um espaço cujas práticas podem culminar em aprendizagem para estudantes com deficiência. Vigotski viveu noutro contexto histórico e cultural, contudo, os princípios da sua teoria acerca do desenvolvimento das pessoas com deficiência podem ser orientadores para uma proposta de escola inclusiva. Este artigo é desencadeado pela proposição vigotskiana de síntese dialética entre o ensino comum e o ensino especializado, destacando o trabalho colaborativo na escola inclusiva. Tem como objetivo propor uma síntese entre o planejamento individualizado e o planejamento coletivo, organizados, respectivamente, em propostas, como o Planejamento Educacional Individualizado (PEI) e o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA). Configura-se como um ensaio teórico que busca aproximações entre os escritos de Vigotski e as formas de organização do ensino na perspectiva inclusiva. Ao invés de polarizar os diferentes designs de planejamento do ensino, compreende-se o potencial de uma proposta de planejamento colaborativa, que agregue tanto o coletivo (como o DUA) quanto o individual (como o PEI) para a construção de síntese que supere limitações, preservando a essência de cada uma dessas abordagens metodológicas. Desse modo, apresentam-se orientações para o planejamento, que é coletivo e individualizado, a partir de uma perspectiva colaborativa, como construção da síntese dialética.