<p><strong>Introdução</strong>: as parasitoses intestinais constituem-se um importante problema de saúde pública mundial. Estas infecções são mais prevalentes em regiões tropicais impactando na morbimortalidade e aumento nos custos para o sistema de saúde. <strong>Objetivo</strong>: avaliar<br />a prevalência das enteroparasitoses e sua associação com as condições socioeconômicas, sanitárias, ambientais e hábitos de vida<br />em uma comunidade costeira do Nordeste brasileiro. <strong>Metodologia</strong>: estudo epidemiológico, descritivo e transversal, realizado de<br />modo não probabilístico entre março a junho de 2017, com 105 moradores da Ilha de Boipeba, localizada no Sul da Bahia. O exame<br />parasitológico de fezes foi realizado pelos métodos de sedimentação espontânea, Baermann-Moraes e FAUST. Um questionário foi<br />aplicado para avaliar o perfil sociodemográfico da população. <strong>Resultados</strong>: do total de indivíduos avaliados, 52,4% eram do sexo<br />feminino e 57,1% tinham entre 15 a 59 anos. Todos os indivíduos possuíam água encanada, porém não tratada, enquanto 91,4%<br />referiu ingerir vegetais crus e 45,7% não higienizavam as mãos antes as refeições. Sintomas gastrointestinais foram relatados em 82,8%<br />dos indivíduos e infecções enteroparasitárias foram diagnosticadas em 69,6%. Os parasitos mais frequentemente encontrados foram<br />Ancilostomídeo (18,1%) e Entamoeba coli (43,8%). O principal fator de risco potencial para contrair a infecção por ancilostomídeos<br />foi a não existência de poço artesiano na residência (RP=4,35), enquanto para Trichuris trichiura foi não dispor de pia no banheiro<br />(RP=3,82). <strong>Conclusão</strong>: a comunidade analisada apresentou elevada prevalência de enteroparasitoses. Os hábitos precários de<br />higiene e de acesso à água tratada, associados às condições ambientais e climáticas do local, podem ter contribuído para a elevada<br />transmissão de geohelmintos observada.</p>