INTRODUÇÃO: A tripanossomíase americana (doença de Chagas) afeta milhões de pessoas no mundo e por ser uma doença crônica debilitante, ela gera altos custos, tanto em termos de produtividade quanto nos serviços de saúde. OBJETIVO: Analisar o impacto econômico nos serviços de saúde gerado em internações por tripanossomíase americana, nas diferentes regiões do Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo documental, retrospectivo e descritivo, com dados coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referentes aos gastos totais e médios com pacientes acometidos por tripanossomíase americana no Brasil, entre 2008 e 2018. RESULTADOS: Os dados obtidos mostraram que, em todas as regiões brasileiras, os maiores gastos totais ocorreram em 2008, sendo sucedido por reduções dos mesmos nos anos subsequentes, enquanto houveram novas elevações em 2018. Considerando todo o período estudado, o maior gasto total (R$5.896.024,2) e o maior número de internações (3.102 indivíduos) por tripanossomíase americana ocorreu no Sudeste, enquanto o maior valor médio pago por internação foi registrado no Sul (R$3.485,2). Os menores gastos totais (R$402.384,7) e médios (R$651,1) ocorreram no Norte. Além disso, a análise das características demográficas mostrou que os maiores gastos médios foram registrados, comumente, em homens, brancos e/ou crianças menores que 1 ano. CONCLUSÃO: Logo, houve um alto investimento em custos com hospitalização por tripanossomíase americana, que ocorreu de modo desproporcional, considerando tempo, região, sexo, faixa etária e cor/raça.
Palavras chave: Doença de Chagas. Doenças negligenciadas. Hospitalização. Gastos em saúde.