. et al. Importância da dieta na epidemiologia do câncer de colon e reto. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 18:405-10,1984.RESUMO: Foi feita atualização de estudos realizados com o objetivo de verificar a relação entre o fator ambiental, destacando-se a alimentação caracterizada por uma dieta pobre em fibra e rica em gordura e a distribuição epidemiológica do câncer de colon e reto. São enfatizadas as diferenças apresentadas pelas dietas dos países industrializados e dos países em desenvolvimento e a influência da religião e do fluxo migratório no hábito alimentar, associadas com as taxas de incidência da doença. Os estudos que vêm sendo realizados por vários autores apontam o fator ambiental, onde destaca-se a dieta habitual das populações, desempenhando importante fator no aparecimento do câncer de colon e reto 4,8, 9,11,14,19,32 . Alguns autores 4,25,36,37,38 explicam a patogênese do câncer de colon e reto em relação à dieta, devido a acentuada influência exercida na atividade da microflora intestinal onde a presença de dietas ricas em gordura e pobres em "fibra da dieta" favorecem a proliferação bacteriana e a conseqüente degradação dos ácidos biliares produzindo agentes carcinogênicos potenciais. A presença de dietas pobres em fibra provoca retardamento da função intestinal ocasionando prolongamento de tempo de contato com a mucosa intestinal de agentes carcinogênicos presentes no conteúdo fecal 3,7,36 . A predominância de tumores do intestino grosso ocorre nas partes onde as fezes tendem a estagnar, correspondendo ao início do colon ascendente, colon distal e reto. Este fato sugere a relação entre a indução do tumor e o contato prolongado entre as fezes e a mucosa intestinal 13 . Pesquisas realizadas enfatizam a raridade de enfermidades do trato intestinal, destacadamente hemorróides, colite ulcerativa, apendicite, diverticulite e câncer de colon e reto, em comunidades rurais Africanas 2,24,31 . Burkitt 5,6 relacionou a presença dessas doenças com o tipo de alimentação das populações e observou que as tribos africanas que consomem dietas ricas em fibra (60 -170 g de fibra da dieta) apresentam baixa incidên-cia da doença. Nos países em desenvolvimento, o consumo de alimentos glicídicos integrais tendem a reduzir à medida em que o processo de urbanização vai alcançando estágios mais avançados, ocasionando uma diminuição nos teores de fibra na dieta.
UNITERMOS:Burkitt e col. 7 e Southgate e col. 29 apresentam análise comparativa do consumo alimentar verificado na inglaterra, Estados Uni-