O artigo buscou abordar o Delirium Pós-Operatório (DPO) na população idosa, bem como sua prevenção e manejo. O delirium é considerado um distúrbio neurocognitivo secundário à neuroinflamação por múltiplas causas. Clinicamente, caracteriza-se por alterações psicomotoras heterogêneas, o que permite classificá-lo nos subtipos hipoativo, hiperativo ou misto, sendo que a majoritária parcela dos pacientes manifesta o primeiro subtipo e cursa com pior prognóstico. Nesse sentido, a incidência de DPO chega a acometer 70% dos pacientes com mais de 60 anos submetidos a grandes cirurgias e está associada a resultados adversos, incluindo aumento na morbimortalidade em 30 dias, declínio cognitivo persistente com diminuição da qualidade de vida, maior demanda de cuidados intensivos e maior tempo de internação hospitalar. Nota-se que o quadro clínico perioperatório é autolimitado e passível de tratamento medicamentoso, embora também possa persistir ou surgir após o período pós-operatório, acentuando os impactos psicológicos nos pacientes. Mesmo que muito já se tenha descoberto sobre essa patologia, ainda são necessários mais estudos para melhor caracterizar seu processo fisiopatológico, a fim de fornecer mais evidências para auxiliar a conduta médica.