A anemia carencial é um problema nutricional comum, e sua prevalência é alta entre mulheres em idade reprodutiva. O ginecologista-obstetra que atua como médico de atenção primária pode desempenhar um papel fundamental na detecção e tratamento de anemia por deficiência de ferro. Além disso, o tratamento e a profilaxia da anemia durante o período gestacional funcionam de forma a prevenir distúrbios que podem repercutir na infância, como parto prematuro, baixo peso ao nascimento e dificuldades cognitivas do recém-nascido. A prevalência de anemia na gravidez é de aproximadamente 40%, mais de 50% dos quais por deficiência de ferro. As necessidades de ferro são seis vezes maiores na gravidez e, não podendo ser cobertas pela dieta, são supridas parcialmente pelas reservas maternas. Atendendo à hemodiluição fisiológica da gravidez, a anemia é definida pelo CDC como a presença de hemoglobina menor que 10,5-11 g/dL. Recomenda-se a suplementação universal na gravidez de 60 mg por dia de ferro elementar. A anemia reduz a resistência da mulher grávida a infecções e aumenta de duas a três vezes a incidência de complicações na gravidez e no parto. Em gestantes anêmicas, a taxa de partos pré-termo é três vezes mais frequente e está acrescida em duas vezes a mortalidade perinatal. Hemorragias ante e pós-parto são mais comuns em pacientes com anemia e, frequentemente, fatais. Na Ásia, a anemia é a segunda causa de morte materna. O tratamento da anemia ferropriva é feito com sulfato ferroso, 200-400 mg, três vezes ao dia por via oral; excepcionalmente administra-se o ferro por via intravenosa. Quando a hemoglobina é menor que 6-7 g/dL, indica-se o concentrado de hemácias.Descritores: Anemia; Deficiência de ferro; Hemorragia.
Abstract
Anemia and pregnancyIron deficiency anemia is a common nutritional problem, whose prevalence is high among women of childbearing age. Obstetrician/gynecologists, acting as primary care physicians for women, can play a pivotal role in the detection and treatment of iron deficiency anemia. Moreover, treatment and prophylaxis of anemia during the gestational period work to prevent that may impact on childhood as premature birth, low birth weight and cognitive difficulties of the newborn. The incidence of anemia in pregnancy is approximately 40%, and in over 50% of the time, it is due to iron deficiency. Iron requirements are six times higher in pregnancy and, since they may not be covered by the diet alone, they are partially supplied by the maternal reserves. Given the physiological hemodilution in pregnancy, anemia is defined by the CDC as the presence of hemoglobin < 10.5-11 g/dL. Universal iron supplementation in pregnancy is recommended in a dose of 60 mg/day of elemental iron. Anemia reduces resistance to infections in pregnant women and promotes a two to three fold increase in the incidence of complications in pregnancy and childbirth.In anemia, the rate of preterm births is three times higher and perinatal mortality is increased by two times. Pre-and postpartum hemorrhages are more common in anem...