Resumo: O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) consiste em reações disfuncionais intensas e desagradáveis que têm início após um evento extremamente traumático. Este artigo objetivou analisar as respostas de estresse pós-traumático em estudantes do Ensino Superior no contexto da pandemia de Covid-19. Para tanto, aplicaram-se, virtualmente, um questionário sociodemográfico e a escala PCL-5 para rastreamento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em uma amostra de 427 estudantes cearenses, com coleta de dados no ano de 2022. A estatística descritiva foi utilizada para apresentação dos resultados, bem como a análise de consistência interna com o cálculo do Alfa de Cronbach e a análise de correlação de Pearson para o cálculo da correlação item-total. Verificou-se que 59,5% dos acadêmicos afirmou pertencer ao sexo feminino, 52,2% autodeclarou-se pardo e 84,5% alegou ser solteiro. O uso da PCL-5 evidenciou que, dentre as manifestações de TEPT, a extrema dificuldade para concentrar-se predominou, com 24,6%, enquanto o item sobre comportamentos de risco contra si próprio apresentou escores positivos, com apenas 3% dos universitários confirmando cometê-los. As maiores médias de respostas concentraram-se nos itens relacionados à dificuldade de concentração, perda de interesse por atividades antes prazerosas e lembranças ruins e repetitivas da experiência estressante, com, respectivamente, M = 3,38, M = 2,89 e M = 2,88. A análise da consistência interna revelou adequadas propriedades psicométricas, com valores de Alfa de Cronbach, para as dimensões 1 e 2 da PCL-5 e a escala global, em torno de 0,90, 0,92 e 0,96, nessa ordem, e uma correlação de Pearson, item-total, em todos os âmbitos averiguados da escala, superior a 0,500. Isso posto, sugere-se a realização de novas pesquisas a fim de conhecer outros aspectos da questão e identificar os seus desdobramentos na vida dos estudantes do Ensino Superior nos anos pós-pandêmicos.