Potencial de contaminação ambiental dos herbicidas utilizados nas culturas do milho, soja e cana de açúcar

Abstract

O crescimento populacional e consequente demanda por alimentos exerce uma forte pressão sobre o meio ambiente principalmente em áreas agrícolas. No Brasil, segundo maior exportador de alimentos do mundo, destaca-se a cana-de-açúcar, milho e soja, importantes commodities do agronegócio. No entanto, para que essa produção seja mantida, práticas agrícolas como o manejo de plantas daninhas, dos agrotóxicos e práticas proteção ambiental dos recursos naturais são essenciais. O método de controle químico das plantas daninhas com herbicidas é o mais utilizado, colocando o Brasil como maior consumidor mundial, em quantidade. A presença dessas moléculas no ambiente podem afetar vários ecossistemas incluindo os recursos hídricos. Objetivou-se nesta revisão discorrer sobre potencial de contaminação com herbicidas utilizados na cultura da soja, milho e cana-de açúcar no Brasil. Os ingredientes ativos mais comercializados nos últimos anos foram o glyphosate, 2,4-D, atrazine e diuron. Estudos de monitoramento de resíduos de agrotóxicos têm sinalizado que esses agroquímicos estão presentes nos alimentos, atmosfera, águas superficiais e subterrâneas. Parte das formulações dos herbicidas comercializados para as culturas avaliadas apresenta classificação ambiental entre as classes II (Muito Perigoso) e III (Perigoso). Relatos de casos envolvendo a contaminação por herbicidas têm sido descritos no Brasil e no mundo. Atrazine é o herbicida com maior número de relatos como contaminante de água. O controle deve ser adotado dentro do manejo integrado para minimizar danos, além da conscientização dos agricultores sobre o uso consciente e sustentável e fiscalização dos órgãos competentes para o monitoramento nos recursos hídricos.

Metabolic Consequences of the Water We Drink: A Study Based on Field Evidence and Animal Model Experimentation

“…Agricultural practices based on the intense use of pesticides, especially in areas near springs, are of most concern mainly due to the possible transfer of pesticides and contamination of the spring water [1][2][3][4]. Water can be considered an integrator of the biogeochemical processes that occur in a region [5], and any eventual contamination can cause losses to ecosystems and harm to human health, which can be more dangerous if these resources are used for human consumption [6].…”

Aplicação da espectroscopia vibracional no infravermelho, acoplada a análises estatísticas multivariadas, para a análise dos efeitos do uso de herbicidas à base do Diuron em feijões de tipo de grão carioca

“…Em 2020, o Brasil foi o segundo maior exportador de alimentos do mundo e, entre suas produções agrícolas, destacaramse as de cana-de-açúcar, milho e soja (Vieira et al, 2020). Devido ao grande volume de exportação desses produtos, o Brasil também foi um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, pois, para manter o sucesso da sua produção e exportação, a utilização de agrotóxicos, como os herbicidas, é fundamental.…”

“…Entre os principais tipos de agrotóxicos mais utilizados na atividade agropecuária brasileira, encontram-se os herbicidas, inseticidas e fungicidas, sendo que, quase 58 % dos agrotóxicos comercializados, são herbicidas (Vieira et al, 2020).…”

“…A fórmula estrutural do Diuron é demonstrada na Figura 1. O Diuron, com aproximadamente 8 mil toneladas vendidas em 2014, para as culturas de milho, soja e cana-de-açúcar, está entre os herbicidas comercializados mais vendidos no Brasil (Vieira et al, 2020).…”

“…O Diuron recebe uma classificação III em toxicidade, o que significa que a sua DL50 oral, varia de 50 a 500 mg/kg de massa corporal, o que, para uma pessoa adulta, pode representar duas colheres de sopa (ANVISA, 2012). Herbicidas com classificação III, podem causar a contaminação de cursos hídricos subterrâneos ou de superficiais, devido a toxidade de seus ingredientes ativos, prejudicando os seres vivos que consumem ou utilizem esses recursos hídricos (Akcha et al, 2021;Castilhos et al, 2019;Mohammed et al, 2020;Vieira et al, 2020).…”