Potencial de oleaginosas nativas no desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade brasileira

Abstract

Este artigo analisa e avalia os óleos da biodiversidade brasileira como potenciais indutores para o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva baseada nos produtos florestais não madeireiros e sua contribuição na transição para a bioeconomia. Primeiramente, o trabalho analisa dois modelos diferentes de produção, processamento e mercado de óleos vegetais, sendo um deles, o azeite de oliva na Comunidade Europeia. Este modelo indica caminhos para o aprimoramento da cadeia de valor dos óleos da biodiversidade brasileira. Em seguida, analisa-se o estado da arte do mercado brasileiro de óleos da biodiversidade e das políticas públicas de apoio à cadeia produtiva da sociobiodiversidade. Além disso, são descritas as características mercadológicas e tecnológicas das principais matérias-primas para a produção de óleos de produtos florestais não madeireiros, com destaque para os óleos da castanha-do-brasil e do babaçu. Os resultados indicam que esses óleos podem desempenhar um papel relevante para o aprimoramento da cadeia produtiva dos óleos da biodiversidade brasileira, porém identificou-se uma lacuna científica e tecnológica para o processo de extração e refino desses óleos vegetais. Esses avanços tecnológicos podem contribuir para a conservação dos biomas brasileiros, agregando valor aos produtos processados. Além dos desafios tecnológicos e de mercado para a produção de óleos da biodiversidade brasileira, a organização dessa cadeia de valor ainda exige um arcabouço institucional, legal, intersetorial e de confiança que estimule os atores a superar as atuais dificuldades da atividade extrativista. Como exemplo de quadro intersetorial, as indústrias brasileiras de higiene pessoal e farmacêutica, que conseguem uma diferenciação de mercado pela utilização de ativos vegetais como os óleos, extratos e/ou tinturas, demandam altos investimentos em PD&I e, pelas características brasileiras, ganha relevância as parcerias e alianças entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, e pequenas empresas locais. Concluindo, o trabalho recomenda arranjos sócio produtivos que integrem cooperativas e associações de comunidades locais, universidades e institutos de pesquisa, indústrias e instituições governamentais, a fim de tornar a biodiversidade brasileira um eixo estratégico para o desenvolvimento sustentável. No nível local, esse arranjo social poderia promover unidades descentralizadas de processamento de óleos vegetais e um rótulo ecológico específico para os produtos da sociobiodiversidade brasileira.

Extração de compostos de interesse em plantas tropicais e subtropicais utilizando fluido supercrítico, líquido pressurizado e ultrassom: uma breve revisão

“…Conforme Sampaio Neto et al (2020) espécies como Castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), Babaçu (Orbignya phalerata), murumuru (Astrocaryum murumuru), andiroba (Carapa guianensis), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), patauá (Jessenia bataua), bacaba (Oenocarpus distichus), inajá (Maximiliana regia), tucumã (Astrocaryum tucuma), ouricuri (Syagrus coronata), ucuhuba (Virola surinamensis), açaí (Euterpe oleracea), pupunha (Bactris gasipaes), indaiá (Attalea funifera), oiticica (Licania rigida), macahuba (Acrocomia spp.) e bacury (Platonia insignans) apresentam potencial no desenvolvimento de pesquisas e inovação, visando identificar características de interesse industrial e de forma a estimular cadeias produtivas.…”

“…A exploração de propriedades bioativas em espécies vegetais ainda é limitada, apresentando potencial de expansão em relação a estudos para identificação de características de interesse e na estruturação de processos de exploração sustentável (MENEGUELLI et al, 2020;ROSSI et al, 2021;SAMPAIO NETO et al, 2020). Métodos de extração convencionais, além de apresentar limitações quanto ao tempo de extração e qualidade final do composto, ocasionam ao final do processo à produção de resíduos com impacto ambiental.…”

Estado de la investigación sobre el crecimiento verde desde la perspectiva de política pública 2011 – 2021

“…La tecnología e innovación, así como su operacionalización a través de la I + D, es objeto de interés en varias de las recientes publicaciones sobre política pública del crecimiento verde en tanto se le considera un factor condicionante para facilitar este tránsito. El cambio tecnológico y la disrupción que genera la innovación se consideran herramientas fundamentales para permitir el crecimiento verde, porque no solo signi ca la oportunidad de sustituir productos o insumos contaminantes (Muza y Debnath, 2021), sino que permitiría diversi car la oferta productiva de un país (Sampaio Neto et al, 2020), lo que se traduce en mayor crecimiento y empleos sin generar impactos negativos al medio ambiente.…”

“…La inversión nacional en I+D también es relevante, pues se evidencia diferencias de resultados en la efectividad de la política verde cuanto mayor sea la inversión en este rubro (Stahel, 2017); una I+D más limitada se asocia con menor producción limpia y, por tanto, menor efectividad de la política de crecimiento verde (Dauda et al, 2021). Una manera de facilitar la I+D, cuando el presupuesto nacional sea limitado, está en la articulación entre academia e industria pues esta relación facilita la transferencia de conocimiento que se puede aprovechar para mejorar el rendimiento ecoinnovador de la industria (Leitão et al, 2020;Sampaio Neto et al, 2020).…”

Diagnóstico produtivo e econômico da cadeia produtiva do óleo de andiroba no Amazonas

“…A Amazônia apresenta uma vasta biodiversidade nativa com inúmeras espécies de plantas que despertam o interesse de pesquisadores e da indústria pelo seu potencial econômico, tecnológico e nutricional (Sampaio Neto et al, 2020;Silva et al, 2021).…”