As queimaduras provocam efeitos físicos e psicológicos devastadores nos indivíduos, sobretudo em crianças e adolescentes, e podem modificar a qualidade de vida da pessoa. O objetivo foi analisar o impacto das cicatrizes por queimaduras em crianças menores de oito anos na interação com amigos, família e escola, na perspectiva dos pais. Estudo quantitativo de corte transversal realizado com os pais de crianças <8 anos de idade, vítimas de queimaduras e internadas em um Centro de Tratamento de Queimados no norte do Paraná e acompanhadas ambulatorialmente, de 2017 a 2020. A coleta de dados ocorreu por meio de dois instrumentos: caracterização sociodemográfica e clínica; e Brisbane Burn Scar Impact Profile. Realizou-se análise descritiva e teste Qui-quadrado utilizando-se o SPSS®. Participaram 34 pais cujas crianças sofreram queimaduras, sendo 52,9% de 1 a 3 anos de idade, 58,8% sexo masculino, 82,2% por agente etiológico térmico e a internação foi de 73,5% devido à Superfície Corpórea Queimada ≤20%. Após a alta os pais identificaram que as cicatrizes de queimaduras tinham “um pouco” e “pouco” impacto nas cicatrizes nas relações de amizade e na interação social. Para os pais, prevaleceu a resposta “nada” de impacto, seguido por “um pouco” e “muito” na escola, nas brincadeiras, nos jogos e nas atividades diárias. Quanto às reações emocionais e ao humor, a maior parte dos pais considerou “nada”. Nesse sentido, os pais responderam às questões quanto à própria percepção sobre as atividades diárias do seu filho e, em geral, a cicatriz de queimadura não impactou na qualidade de vida da criança.