Isoflavonas em soja brasileira, Park et al. Alimentos, Laboratório de Bioquímica, Caixa Postal, 6177, CEP. 13083-970, Campinas/SP, Brasil. E-mail: ykpark@fea.unicamp.br 3 Inatituto Agornômico de Campinas, Centro de Plantas Graníferas, Caixa Postal, 28, CEP. 13001-970, Campinas/SP, Brasil. * A quem a correspondência deve ser enviada.
-INTRODUÇÃODesde sua primeira menção nas estatísticas brasileiras em 1941, a soja (Glycine max L.), tem se destacado por fornecer diferentes produtos de grande importância no mercado internacional. Entre estes produtos estão: o óleo, o farelo, a lecitina, além de outros metabólitos secundários como, as saponinas e as isoflavonas. Inúmeros estudos têm destacado o potencial destes fitoquímicos no controle de diferentes enfermidades. Por outro lado, o Brasil é o segundo maior exportador de grãos de soja e o principal exportador de farelo de soja, com 32% do mercado mundial, o que representa 75% da produção brasileira [21]. A composição química da soja, em 100g de amostra em base seca, constitui-se de 40g de proteínas, 30g de glicídios, 20g de lipídios, 226mg de cálcio, 546mg de fósforo e 8,8mg de ferro [23,27] [5,7,20]. Produtos de soja tradicionalmente consumidos no Japão, tais como miso, natto e tempeh são ativos contra a peroxidação lipídica, pois apresentam atividade antioxidante, além de atividade contra tumores pediátricos [22], câncer de próstata [1,20], câncer de cólon [25] e inibição de neovascularização, ou angiogênese [13]. Japão entre outros países orientais, já utilizam há muitos anos a soja fermentada na alimentação e, atualmente, tem-se percebido um crescente consumo desta leguminosa e de seus derivados em países europeus e nos Estados Unidos, como alimento funcional. Nos Estados Unidos, para este ano, a produção de alimentos funcionais, como a soja, será de 20 bilhões de dólares, contudo estima-se que haverá um crescimento exponencial e, no ano 2010, atingirá a cifra de quase 60 bilhões de dólares [16]. Atualmente existem muitos produtos comerciais à base de soja, como bolos, chocolates, biscoitos, cápsulas enriquecidas com farinha de soja, que possuem na sua composição isoflavonas glicosiladas [5,26] ou na forma de acetila e malonil-β-glicosil isoflavonas. Isoflavonas são os maiores componentes fenólicos em soja, sendo encontradas em concentrações que vão de 0,1 a 5mg/g [5], e esta variação está ligada à fatores genéticos, locais de plantio e condições climáticas [2,4]. O grão de soja contém basicamente três tipos de isoflavonas que se apresentam normalmente em quatro diferentes formas, ou seja, glicosiladas (daidzina, genistina e glicitina); formas acetilglicosiladas (acetildaidzina, acetilgenistina e acetilglicitina); formas malonilglicosiladas (malonildaidzina, malonilgenistina e malonilglicitina) [17] e na forma estrutural não conjugada, aglicona (daidzeína, genisteína e gliciteína). Soja e farinha desengordurada de soja contêm principalmente malonil-glicosil isoflavonas, com menores quantidades das formas β-glicosiladas e somente traços de acetil-glicosil conj...