Este artigo tem por objetivo avaliar as contribuições do Ensino Religioso escolar na produção de narrativas não hegemônicas, a partir de uma educação antirracista e decolonial. Por meio de uma revisão narrativa da bibliografia recente, com destaque para artigos científicos produzidos entre os anos 2017 e 2022, procura-se compreender como o Ensino Religioso tem contribuído no processo de reconhecimento das identidades e alteridades sociais, por meio do entendimento da diversidade religiosa, sobretudo em atendimento à Lei n. 10.639/2003, que regula a inclusão da cultura afro-brasileira, em todas as suas dimensões, no currículo educacional. Consideramos, do ponto de vista teórico-metodológico, as abordagens decolonial e antirracista as mais eficazes para o estabelecimento de narrativas não hegemônicas e o rompimento de hierarquias culturais. No entanto, acreditamos que essas abordagens devam ser amadurecidas nos debates acadêmicos, sobretudo no campo do Ensino Religioso, mas também compartilhados com as comunidades, que trazem as vivências cotidianas e, portanto, apontam problemas imediatos das relações étnico-raciais ligadas às identidades e religiosidades de matrizes específicas.