“…Porém muitas vezes os profissionais estabelecem uma distência afetiva dos pacientes para evitar o sofrimento, mas isso pode ter consequências negativas, pois sem vínculo não é possível realizar uma assistência de qualidade (PACHECO; GOLDIM, 2019).Reforçando essa ideiaVerri et al (2019) realizou um estudo semelhante com 30 profissionais de Enfermagem de um Hospital Escola Materno-Infantil e evidenciaram que os participantes acreditam que o cuidado paliativo está ligado ao conforto e acolhimento oferecido às crianças e a seus familiares, utilizando-se de medicamentos para o alívio da dor e a promoção da qualidade de vida, ou seja, não é focado apenas no cuidado do corpo, ressaltando a importância dos aspectos psicossociais dos pacientes e seus familiares.Porém, construir um vínculo afetivo com o paciente em fase terminal é complexo, pois a equipe de enfermagem vivencia o sofrimento da família, que ao receberem a notícia que seu filho possui uma patologia sem cura, transforma um ambiente, que anteriormente era de esperança para um local de dor e desespero(HERNANDES et al, 2021). Para tentar diminuir esse sofrimento é importante que os familiares tenham apoio psicológico, assim como o esclarecimento das dúvidas sobre os cuidados paliativos, pois proteger o paciente diante da terminalidade, é uma das tarefas de grande importância do enfermeiro, que deve direcionar sua prática clínica para proporcionar uma vida mais confortável durante o tratamento, chegando assim ao momento da partida com dignidade e sem dor(HERNANDES et al, 2021).Em uma análise retrospectiva da experiência de pais que perderam um filho por câncer no hospital especializado em oncologia pediátrica permitiu compreender os significados sobre os relacionamentos com os profissionais de enfermagem. Nas entrevistas, observou-se uma fluez nos pensamentos, quando havia recordações de momentos no hospital, que acompanhavam sentimentos positivos, como situações que perceberam o filho valorizado Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.2, p. 658-671, 2023 jan. 2021 pelos profissionais de enfermagem, com sua identidade e preferências respeitadas.…”