Praias são locais de integração social, constituindo-se uma importante área pública de lazer em cidades litorâneas. O uso compartilhado da faixa de areia entre humanos e animais atrelado a carência de políticas públicas que norteiem quanto ao recolhimento de dejetos biológicos expõe os usuários ao risco de infecções, destacadamente por zoonoses parasitárias. Devido a isso, pesquisadores em diversas cidades brasileiras têm se dedicado a identificar a taxa de contaminação desses espaços e estimar o risco de exposição aos seus usuários. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi investigar a contaminação por parasitos intestinais de cães e gatos em amostras de areia das praias localizadas na orla atlântica do município de Salvador-Bahia. Para tanto, foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal de forma a identificar a ocorrência de formas evolutivas de parasitos intestinais em 55 amostras de areia obtidas entre os meses de novembro e dezembro de 2022 das praias da Barra, Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Jardim de Alah, Boca do Rio, Pituaçu, Piatã, Itapuã e Stella Maris. A análise laboratorial foi realizada pela técnica de Willis modificada. Das amostras de areia analisadas, 50,91% foram positivas para parasitos de potencial zoonótico. As localidades que apresentaram maior número de amostras positivas foram Boca do Rio (83,3%) e Ondina (80,0%), seguidas por Barra e Rio Vermelho (66,7%). Os helmintos de maior prevalência pertencem ao gênero Toxocara e Giardia, identificados em 63% e 20% das amostras, respectivamente. Além destes, também foram identificados Ancylostoma (6,25%), Trichuris e Entamoeba (3,13%). Os achados obtidos neste estudo comprovam a contaminação parasitária em praias da orla atlântica de Salvador-Bahia, constituindo um problema de relevância para saúde pública, devido ao alto fluxo de usuários humanos e animais e a consequente exposição destes ao risco de contaminação por parasitos de potencial zoonótico.