Apesar do desgaste conceitual do termo transmídia nos últimos anos (SCOLARI, 2017), ele ainda é uma lógica estratégica para refletir sobre como conteúdos transitam por mídias e plataformas. Ainda são necessários novos olhares teóricos para ir além da noção de narrativa transmídia, estabelecida por Jenkins (2016), para se aprofundar reflexões sobre um contexto em que todo projeto de mídia surge como uma experiência transmídia, em descompasso com uma formação profissional ainda baseada numa lógica monomidiática - com televisão, cinema e internet pensados criativamente de maneira convencional. Nesse sentido, pergunta-se: o que as reflexões sobre transmídia no Brasil até então trazem de novo e particular para o campo? Que novos caminhos podem ser traçados a partir de uma retrospectiva sobre o tema nacionalmente? Para responder a essas perguntas, o presente trabalho pretende pensar a prática transmídia por uma perspectiva geográfica-cultural, na busca de um olhar brasileiro sobre o fenômeno através de uma análise de reflexões teóricas e projetos nacionais da televisão e cinema. Para tanto, é feito uma breve revisão bibliográfica de investigações brasileiras, bem como são apontadas iniciativas pioneiras no desenvolvimento de projetos transmídia no país.