A constituição de sujeitos no período pandêmico do COVID-19 se insere em uma rede de modos de subjetivação que resgatam práticas discursivas singulares ao analisar as relações entre o uso de máscaras e a produção de sentidos na/pela história. Objetiva-se analisar, por meio da descrição de enunciados, como o uso de máscaras produz efeitos de subjetividade e identidade para a constituição de um sujeito no crivo dos estudos discursivos. Seleciona-se como corpus de análise alguns enunciados recortados da reportagem digital publicada no site da UOL em 05 de junho de 2020 com o título Do Anonymous ao covid, uso de máscaras vai mudar a lógica de nossas relações, de Christian Dunker. Para tanto, este trabalho se baseia nos estudos da Análise do Discurso de linha francesa, especialmente sobre as contribuições de Michel Foucault e alguns analistas do discurso contemporâneos. O procedimento teórico-metodológico se conduz pela descrição e análise das condições de possibilidade discursiva de determinados sentidos inscritos na história e nas relações sociais com fulcro na perspectiva arquegenealógica e ética da existência. Assim, o uso de máscaras constitui um sujeito na relação entre enunciados e os jogos de verdade do individual ao coletivo na produção de subjetividades.