In this article the authors discuss the state of the art on cell therapy for ischemic heart failure. The principal cell types and their specific characteristics for the treatment of this pathology are presented.
DESCRIPTORS:Tissue therapy. Myocardium. Myoblasts. Cell transplantation, methods. Heart failure, congestive. Myocardial ischemia.
RESUMONeste artigo, os autores discutem o estado da arte da terapia celular no tratamento da insuficiência cardíaca isquêmica. São apresentados os principais tipos celulares disponíveis e suas particularidades no tratamento desta doença. A s recentes mudanças propostas pelo American College of Cardiology/American Heart Association (ACA/AHA), expostas nas diretrizes para diagnós-tico e tratamento de insuficiência cardíaca 1 , chamam a atenção da comunidade médica para a identificação precoce desta doença. De acordo com tais diretrizes, nova definição foi criada, incluindo pacientes assintomáticos, com ou sem lesão cardíaca estrutural manifesta (classe A e B, respectivamente), porém sob risco de desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Apesar de não se desconsiderar a classificação universalmente aceita e utilizada na prática clínica proposta pela New York Heart Association (NYHA), tais mudanças expõem uma preocupação crescente com a identificação precoce dos pacientes em risco. O racional por traz desta estratégia baseia-se no fato de que, uma vez estabelecida, a injúria ventricular torna-se irreversível, fazendo portanto parecer algo tardio o diagnóstico da insuficiência cardíaca já sintomática. Atualmente, as opções terapêuticas disponíveis são voltadas para o controle da hiperativação do sistema neurohumoral, tratamento da etiologia, quando possível, e prevenção da morte súbita (cardioversores-desfibriladores implantáveis), quando indicado.
DESCRITORES:Recentemente, a capacidade reparativa cardíaca foi demonstrada em estudos pré-clínicos 2-4 . A demonstração de células de origem extracardíaca, identificadas pela presença de cromossomo Y em pacientes do sexo masculino transplantados a partir de doadoras do sexo feminino, nos leva a questionar o paradigma vigente, o qual se baseia na incapacidade regenerativa do coração e na conseqüente substituição por tecido fibrótico após exposição a injúria miocárdica e morte celular 4 . Talvez, mais adequado seja pensarmos que a higidez do coração, bem como de todo sistema, é resultante de um equilíbrio entre exposição a fatores agressores e capacidade reparativa. Portanto, o dano estrutural resulta do desequilíbrio de tal homeostasia, seja por uma maior exposição à agressão crônica ou aguda (insultos isquêmicos agudos ou crônicos cumulativos), seja por uma redução da reserva reparativa (idade, diabetes) 5-7 .Entretanto, é inegável a ineficácia de eventuais mecanismos naturais de reparo em condições de agressão extrema, como no caso de infarto agudo do miocárdio e, posteriormente à injúria estabelecida, no processo de remodelamento ventricular. Após a perda de cardiomiócitos, seja por insulto isquêmico e resultante necrose, seja por aum...