RESUMOAcromegalia é uma síndrome clínica característica, que na maior parte das vezes resulta de um macroadenoma hipofisário produtor de hormônio de crescimento (GH, growth hormone). A hipersecreção tumoral crônica de GH provoca deformidades esqueléticas, distúrbios metabólicos, complicações em vários órgãos e sistemas, e acaba reduzindo a expectativa de vida do paciente. O diagnóstico presuntivo baseia-se nos achados clínicos característicos da doença, com a confirmação vindo através de exames laboratoriais e da avaliação radiológica. Do ponto de vista laboratorial, a abordagem diagnóstica inclui dosagens basais e testes endócrinos que comprovem o excesso de GH, através de dosagens diretas do GH e/ou de fatores circulantes GH-dependentes, cujo melhor exemplo é o fator de crescimento insulina-símile-1 (IGF-1, insulin-like growth factor-1). A adenomectomia transesfenoidal permanece como o tratamento inicial de escolha na acromegalia, mas infelizmente a cura cirúrgi-ca ocorre em menos da metade dos pacientes portadores de macroadenomas. Conseqüentemente, os exames laboratoriais têm um papel muito importante no seguimento dos pacientes após a cirurgia, para definir os critérios de cura e monitorar a atividade da doença durante tratamento complementar com radioterapia ou medicamentos. Neste artigo, revisaremos os exames laboratoriais mais freqüentemente utilizados no diagnóstico da acromegalia e alguns métodos experimentais que vêm sendo testados na sua abordagem. Na parte final, apresentaremos as principais recomendações de dois workshops internacionais realizados nos últimos anos com o objetivo de padronizar a avaliação diagnóstica e a conduta terapêutica na acromegalia.
ABSTRACTThe Laboratory in the Diagnosis and Follow-up of Acromegaly. Acromegaly is a characteristic clinical syndrome caused in most cases by a GH-producing pituitary macroadenoma. Tumoral GH hypersecretion results in skeletal changes, metabolic abnormalities, multi-systemic complications and a significant increase in the overall mortality. The diagnosis is suspected on clinical grounds, and it is normally confirmed by biochemical and radiological examinations. From the biochemical standpoint, the diagnostic approach for demonstration of GH excess involves either basal hormone measurements, mainly GH and insulin-like growth factor-1 (IGF-1), and endocrine tests, such as the oral glucose load. Transphenoidal adenomectomy remains the primary therapy of choice for most patients but, unfortunately, post-surgical remission is observed in less than half of the patients with macroadenomas. Consequently, hormone measurements have an important role in the follow-up of acromegalic patients, not only to define criteria for remission ("cure"), both also to evaluate the outcome of other therapeutic approaches such as radiotherapy and medical treatment. In this article, the most common biochemical measurements used in the management of acromegaly and some novel experimental assays are reviewed. In addirevisão O Laboratório no Diagnóstico e Seguimento da Acrome...