Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes que desenvolveram mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardíaca em um hospital de alta complexidade, analisando o desfecho, relacionado ao tempo de internação, à necessidade de reinternação, à antibioticoterapia instituída e a óbito. Método: Estudo transversal, com coleta de dados retrospectiva, por meio de consulta a 86 prontuários de pacientes que desenvolveram mediastinite no ano de 2015. Os dados foram coletados desde o pré-operatório até 90 dias após a alta hospitalar, o diagnóstico de mediastinite ou o óbito. Resultados: O diagnóstico de mediastinite ocorreu em 45,3% dos casos durante a internação e 54,7% após a alta hospitalar, dos quais 14,9% foram tratados ambulatorialmente e 85,1% necessitaram de reinternação. O tempo médio de internação foi de 31,8 dias. O tempo médio para o diagnóstico de mediastinite foi de 21,2 dias (desvio padrão — DP±11,48). O tratamento foi baseado principalmente em quinolonas (43%) e glicopeptídeos (39,5%). Conclusão: Considerando a frequência de identificação de casos após a alta hospitalar, a vigilância pós-alta de infecções do sítio cirúrgico entre pacientes submetidos a cirurgias cardíacas deve ser um objetivo compartilhado pela equipe multiprofissional