Justificativa e Objetivos: A insulinização de múltiplas doses é um dos tratamentos utilizados para diabetes. O manejo de seringas, agulhas e canetas na insulinoterapia têm sido descrito como um fator de risco ao desenvolvimento de processos infecciosos, causando dano a integridade da pele e lesões tissulares, facilitando a penetração de patógenos oportunistas. Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a prática de reutilização desses dispositivos na insulinoterapia e sua relação com o surgimento de contaminação por Staphylococcus sp. em agulhas e riscos de infecções. Métodos: Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os participantes da pesquisa acerca dos aspectos da terapia insulínica. A pesquisa entrevistou 15 diabéticos, dos quais 13 (86,7%) do sexo feminino, sendo coletadas 20 agulhas com posterior envio para análise no laboratório de microbiologia da Faculdade Santa Maria. Resultados: Foi constatado que 53,3% dos participantes relataram adotar algum cuidado de hiegiene no local da aplicação, 80% reutilizaram a agulha de um a > 7 dias, variando de dois a > 15 aplicações, e 66,7% sentiram alguma reação no local da aplicação. Um total de nove agulhas reutilizadas mostraram-se contaminadas por Staphylococcus sp. após realização de cultura, coloração de Gram, teste da catalase e coagulase. Conclusão: Diante dos resultados, pode-se constatar que existe um potencial risco de infecção por Staphylococcus sp. associado à insulinoterapia.
Descritores: Autocuidado. Contaminação. Infecções Estafilocócicas.