RESUMO Objetivo: verificar a ocorrência e o tipo mais frequente de alteração auditiva em crianças expostas a toxoplasmose durante a gestação. Métodos: estudo retrospectivo longitudinal realizado em instituição pública de saúde de São Paulo. Análise de prontuários de crianças nascidas entre 2010 e 2015 distribuídos em dois grupos: grupo estudo, composto por 48 crianças de mães com diagnóstico de toxoplasmose durante a gestação; e grupo controle, composto por 43 crianças sem infecção congênita que foram acompanhadas por apresentar baixo peso ao nascimento. As crianças foram avaliadas de duas a quatro vezes durante os dois primeiros anos de vida, por meio de testes que avaliam a função auditiva periférica e central. Resultados: 47 crianças fizeram apenas duas avaliações e apenas 11 completaram todas as avaliações até 24 meses. No grupo controle 58,1% apresentaram audição normal, 37,2% perda condutiva, 4,7% perda coclear e ausência de alteração retrococlear, enquanto o grupo estudo apresentou 56,3% de audição normal, 20,8% de perda condutiva, 2,1% de perda coclear e 20,8% de alteração retrococlear. Conclusão: crianças expostas à toxoplasmose durante a gestação não diferiram das não expostas em relação à ocorrência de perda auditiva coclear e condutiva. Entretanto, apresentaram maior ocorrência de alteração retrococlear.