A síndrome de fragilidade está associada a eventos indesejáveis, como incapacidade e morte. No Brasil, é uma condição pouco conhecida. O objetivo do presente relato é apresentar a metodologia de trabalho utilizada no FIBRA-RJ, seção Rio de Janeiro do estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (FI-BRA-BR), desenvolvido para superar esta lacuna. A linha de base (primeira fase) do estudo FIBRA-RJ foi desenvolvida em 2009-2010. A amostra (847 indivíduos, ≥ 65 anos, clientes de uma operadora de saúde) foi aleatória, estratificada por sexo e idade. Teve como objetivo estimar a prevalência de fragilidade e seus fatores associados. A segunda fase (2010-2011) teve como objetivo estimar a prevalência da demência e seus fatores associados. A terceira fase (2012-2013) buscou estimar a prevalência e incidência de sarcopenia/obesidade sarcopênica e seus fatores associados. A prevalência de fragilidade foi de 9,1%; esteve associada a idade, menores escolaridade e cognição, percepção de saúde negativa, comorbidades e pior funcionalidade. A prevalência de demência foi de 16,9%; esteve associada a idade e analfabetismo. No total, foram publicados onze artigos, quatro dissertações e duas teses; outras sete dissertações e teses estão em andamento, incluindo resultados da terceira fase. O FIBRA-RJ tem relatado estudos descritivos com conhecida limitação associada à causalidade reversa. A fase 3 nos permitirá estudar incidências e validade preditiva de biomarcadores vis-à-vis mortalidade, desfechos adversos e uso de serviços de saúde. O FIBRA-RJ representa um grande avanço no conhecimento sobre os agravos de saúde que acometem a população idosa brasileira.