Resumo O cateter vesical de longa permanência pode ser indicado em situações clínicas, como nas doenças crônicas do sistema genitourinário ou neurológico. Além dos riscos de infecção, traumas e sangramentos, a permanência do cateter pode afetar dimensões psicoemocionais e socioeconômicas. Objetivamos compreender como a necessidade de uso do cateter urinário por um longo prazo afeta a autopercepção, as interrelações e o autocuidado deste paciente. Realizamos um estudo qualitativo, descritivo, a partir da entrevista de 17 pacientes, e aplicamos a análise temática e o pensamento complexo. Os diferentes prognósticos e as expectativas em relação ao cateter influenciaram a autopercepção, a adaptação, sua aceitação ou negação. A presença do cateter, seja como medida curativa ou para conforto, pode afetar a autoimagem e a sexualidade, gerar inseguranças e incertezas, que requerem compreensão da multidimensionalidade das situações, que sofrem interferências do meio pessoal, familiar e social, bem como da capacidade dos sistemas de saúde para o seu enfrentamento. Apesar dos desafios, a maioria dos participantes relatou disposição favorável para o autocuidado, seja para viabilizar retirada do cateter, ou para prevenir agravos em indicações vitalícias.