Prevalência Da Infecção Pelo Papilomavírus Humano (Hpv) Em Mulheres Do Sudeste Do Estado Do Pará

Abstract

Investigar a prevalência da infecção pelo Papilomavirus humano (HPV) em mulheres do município de Jacundá (PA) e fatores de risco para esta infecção. Estudo observacional, descritivo e analítico, do tipo transversal com coleta em prontuários de mulheres atendidas no Hospital Municipal e consultório particular de ginecologia, oriundos de Jacundá entre 2015 e 2016. Aplicou-se análise descritiva pelo programa Epi Info 3.5.1 e BioEstat 5.0. Dos 235 prontuários, 36,6% possuíam HPV e aquelas com 45 anos ou mais possuíam maior prevalência desta infecção (40,3%). Quanto à citologia, 28,9% possuíam alguma alteração. E somente as variáveis escolaridade, etilismo e citologia alterada possuíam associação significante, exclusivamente para as de 26 a 44 anos, sendo variáveis consideradas como fatores de risco para aquisição e manutenção viral. Assim, houve alta prevalência de HPV na região (45 anos ou mais) com fatores de risco relacionados à escolaridade, ao etilismo e às alterações na citologia cervical, na faixa etária de 26 a 44 anos.

Prevalence, Diversity, and Risk Factors for Cervical HPV Infection in Women Screened for Cervical Cancer in Belém, Pará, Northern Brazil

“…In this study, 28.9% of the participants showed changes in cervical cytology, such as inflammation and the presence of atypical squamous cells of significance in cervical intraepithelial neoplasia. A low abusive use of alcohol and altered cytology results were factors associated with HPV infection [50].…”

A Mulher Jovem E O Hpv: A Avaliação Da Mulher Fora Do Grupo De Rastreio

“…A infecção pelo HPV começou a chamar atenção da comunidade científica por volta da década de 1980, quando houve a correlação entre o câncer do colo uterino e às lesões causadas pela presença do vírus (Negrão et al, 2018). Atualmente, o HPV é considerado como o causador virtual de cerca de 100% dos casos, pois às análises nos permitirem encontrar a presença do DNA viral em 99,7% dos eventos de câncer de colo uterino, sendo por isso considerada a maior relação de causa e efeito entre um agente e câncer em humanos (Cardial et al, 2017;Who, 2016).…”

“…Por ser um vírus de transmissão sexual, sua prevalência vem aumentando consideravelmente em todo o mundo decorrente de inúmeros fatores, dentre eles, as mudanças comportamentais e mudança nos padrões sexuais da população geral (Negrão et al, 2018).…”

“…A maioria das mulheres sexualmente ativas terá contato com o vírus durante algum momento da vida. Entretanto, mais de 90% dessas novas infecções sofrerão regressão espontânea por volta de 6 a 18 meses, muitas delas desencadeadas pela resposta imunológica do próprio hospedeiro (Negrão et al, 2018;INCA, 2016). Contudo, a literatura aponta que o risco de adquirir um novo tipo de HPV parece ser independente de infecções prévias por outros tipos, assim como a co-infecção com múltiplos tipos de HPV e a infecção sequencial com novos tipos é bastante comum (Guedes, 2020;INCA, 2020).…”

“…No que se refere especificamente a população feminina, é possível perceber que no Brasil estas estimativas variam entre 13,7% a 54,3% das mulheres, sendo a população de 15 a 25 anos as mais acometidas. Tais dados, faz do nosso país um dos líderes mundiais em incidência para esta infecção (Tamayo-Acevedo Et Al, 2014;Gaspar et al, 2015, Negrão et al, 2018 O câncer de colo do útero, por tratar-se de um dos cânceres que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando perto de 100% quando diagnosticado precocemente, nos leva a reflexão dentro do contexto de que sua detecção pode ser realizada por meio do exame citopatológico, um exame simples, de fácil execução e de baixo custo, que permite a descoberta das lesões precursoras da doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento de sintomas.…”