Prevalência da Síndrome Metabólica e seus componentes na população adulta brasileira

Abstract

Resumo Estimou-se a prevalência de Síndrome Metabólica (SM) e seus componentes na população brasileira de acordo com fatores sociodemográficos. Estudo transversal, de base populacional, com dados laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde. Estimou-se prevalência da SM e seus componentes com intervalos de 95% de confiança e Razão de Prevalência (RP) não ajustada e ajustada utilizando regressão de Poisson. A prevalência de SM foi de 38,4%. A circunferência da cintura (CC) alta (65,5%) e colesterol HDL baixo (49,4%) foram os componentes mais prevalentes, inclusive nos jovens. A ocorrência de SM foi maior entre mulheres (41,8%), indivíduos com baixa escolaridade (47,5%) e idosos (66,1%). Na análise ajustada, sexo feminino (RP = 1,16; IC95% 1,08-1,24), idade avançada (RP = 3,69; IC95% 3,26-4,17) e baixa escolaridade (RP = 1,32; IC95% 1,17-1,49) associaram-se à ocorrência de SM. A SM foi muito prevalente na população brasileira, principalmente entre mulheres, indivíduos com baixa escolaridade e idosos. A CC alta e o colesterol HDL baixo foram os componentes mais frequentes, com o agravante de prevalências altas em adultos jovens. Esses achados revelam a necessidade de considerar dados laboratoriais para uma análise mais precisa dessa condição, o que em âmbito nacional pode ser um desafio.

Prevalência da síndrome metabólica e seus fatores associados em Governador Valadares (MG, Brasil) – Um estudo piloto / Prevalence of metabolic syndrome and its associated factors in Governador Valadares (MG, Brazil) – A pilot study

“…A prevalência observada na população de Governador Valadares é muito semelhante com a evidenciada em outros trabalhos. Um estudo transversal de base populacional que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde mostrou uma prevalência de 38,4% na população brasileira 7 . Frequência semelhante foi encontrada em uma revisão sistemática sobre a prevalência da SM no Brasil, cujo valor estimado foi de 29,6% 15 .…”

“…Nosso estudo verificou que quanto menor a escolaridade, maiores as prevalências de alguns componentes para diagnóstico da SM, dado que está em consonância com o estudo de Oliveira et al em 2020 7 , pois foi demonstrado que pessoas com menor escolaridade apresentaram quase o dobro de prevalência de SM quando comparados àqueles com maior escolaridade. Acredita-se que indivíduos com baixo nível educacional apresentam piores condições metabólicas, devido ao acesso restrito às informações e cenário limitado para prática de estilo de vida saudável elevando a frequência de doenças crônicas 25,26 .…”

“…Destas, o NCEP ATP-III define a SM como uma combinação da presença de três ou mais dos seguintes fatores: obesidade abdominal; glicemia de jejum elevada; hipertrigliceridemia; baixos níveis de HDL colesterol e hipertensão arterial 3, 4. Devido ao fato de apresentar-se como uma associação de fatores de risco para eventos cardiovasculares, os quais são a maior causa de morbimortalidade no mundo, a SM é considerada um grave problema de saúde pública, principalmente quando estimase que um quarto da população mundial seja portadora da síndrome 5 . O cenário na América Latina, demonstra uma taxa de adultos portadores da síndrome metabólica de cerca de 24,9%, sendo mais prevalente em mulheres 6 , enquanto na análise da população adulta no Brasil, infere-se que um terço apresenta a SM, estando correlacionada a menor escolaridade e piores condições socioeconômicas 7 .…”

“…Alguns estudos utilizam dados autorreferidos o que pode levar a uma subestimação dos componentes bioquímicos da SM e, portanto, da própria Síndrome. Além disso, a utilização de diferentes critérios para definição da SM dificulta a comparação entre os estudos já realizados 7 .…”

Efeitos da suplementação de coenzima q10 em mulheres com síndrome metabólica e esteatose hepática: ensaio clínico randomizado controlado duplo-cego

“…Estudos recentes demonstram a evolução constante da SM, com prevalência variando de 50% na Índia, 25% em países do Oriente Médio, 35% nos Estados Unidos e de até 43,3% em países da América Latina (ANSARIMOGHADDAM, 2018;BETANCOURT-NUNEZ, 2018;GUTIÉRREZ-SOLIS, 2018;MOORE, 2017;SUBRANAMI, 2019). No Brasil, a prevalência é estimada em 38,4% (OLIVEIRA et al, 2020). Cabe ressaltar que a prevalência da SM apresenta aumento progressivo com o passar da idade (ABESO, 2020).…”