“…Em povos indígenas situados no Brasil, apesar do problema ainda não atingir as proporções verificadas entre indígenas da Améri-ca do Norte, há um crescente número de estudos que apontam para a emergência da obesidade, diabetes mellitus tipo II e doenças cardiovasculares, que têm em comum o fato de estarem atravessando profundas alterações em seus sistemas de subsistência, dieta e padrões de atividade física 2,5,8,10,11,13,14 A coexistência de elevadas prevalências de desnutrição em crianças e sobrepeso e obesidade em adultos, tal como observado entre os Xavánte, assume uma dimensão particularmente preocupante face às evidências de que podem haver relações estreitas entre déficits estaturais na infância e risco de obesidade futura 35,36,37 . Os mecanismos envolvidos nessa interação não são bem conhecidos, mas possivelmente envolvem menor gasto energético, maior suscetibilidade aos efeitos de dietas com alto teor de gorduras, menor oxidação de gorduras e prejuízo na regulação da ingestão alimentar associados à desnutrição, favorecendo a médio e longo prazo o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade 37 .…”