Prevalência de resultados positivos de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e análise das variáveis epidemiológicas em pacientes atendidos no serviço de saúde pública.

Abstract

A sífilis é uma infecção causada pelo Treponema pallidum de transmissão sexual, sanguínea e vertical. Apesar de ser de fácil diagnóstico e tratamento, sua incidência vem aumentando no Brasil nos últimos anos, sendo considerado um problema de saúde pública no país e no mundo. Este trabalho buscou a conhecer a ocorrência de resultados positivos de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) entre o período de 2014 a 2016 na população atendida nos serviços de saúde da prefeitura de Juiz de Fora/MG, bem como suas características epidemiológicas. Foram analisados 25.735 resultados de VDRL do banco de dados do Laboratório Central (LACEN) da prefeitura de Juiz de Fora. Os resultados reagentes foram então relacionados com as variáveis ano, gênero, idade, gestantes ou não e região da cidade em que se realizou o exame. A prevalência de resultados positivos foi de 5,55%, com maior número de casos registrados em 2015. Os casos reagentes foram mais prevalentes na região central, nos homens e obteve-se maior predomínio para a faixa etária de 12 a 18 anos. No período de agosto de 2015 a dezembro de 2016, entre as mulheres, foi observada uma maior positividade no teste de VDRL em não gestantes. Os dados obtidos nesse estudo apontaram para aumento da prevalência de sífilis entre 2014 e 2015, seguido de uma queda no ano seguinte, entre a população atendida pelo SUS, sendo os homens jovens a população de maior risco. Tais dados podem contribuir para as políticas de saúde pública de prevenção e tratamento da sífilis.

Incidência de Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) Positivo em Pacientes Atendidos em Laboratório de Análises Clínicas São José dos Campos, no Estado de São Paulo (SP)

“…Em outro trabalho conduzido em laboratórios privados na cidade de São Luís, entre junho e julho de 2016, foi registrada uma incidência de sífilis equivalente a 3,11% (Gomes et al, 2017). Enquanto uma outra pesquisa realizada na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, durante o intervalo de janeiro de 2014 a dezembro de 2016, demostrou uma taxa de 5,55 % de testes de VDRL reagentes (Fernandes et al, 2019). Bem como em outro estudo realizado no Espírito Santo, entre outubro e dezembro de 2014, obteve prevalência de 4,59% de sífilis (Oliveira et al, 2017), ao passo que um trabalho realizado na cidade de Fortaleza, entre os anos de 2013 e 2015, obteve prevalência de 3,9% de sífilis (Nogueira et al, 2017).…”

“…Além disso, outras pesquisas também demostraram maior incidência da doença no sexo masculino, os quais detectaram reatividade em 764 indivíduos do sexo masculino, em contraste com os 308 casos identificados entre o sexo feminino (Pereira et al, 2019). Da mesma forma, em outro estudo, dos resultados positivos obtidos por meio do teste VDRL, 8,85% correspondiam aos homens, em contraposição aos 4,52% observados nas mulheres (Fernandes et al, 2019).…”

“…Esses resultados estão em consonância com uma outra pesquisa na qual também foi identificada uma maior frequência de títulos de 1:4, abrangendo 14,2 % das ocorrências (Pereira et al, 2019). Contudo esses dados discordam dos resultados descritos em outros estudos, no qual, o título mais frequente foi de 1:2 (Fernandes et al, 2019;Silva & Morato, 2019).…”

Incidência e mortalidade da sífilis congênita: Um estudo de série temporal

“…Considerando que desde o ano de 2014, vem sendo registrado mundialmente um desabastecimento da penicilina, este fato pode estar relacionado ao aumento dos índices de SC nesse período (Fernandes et al, 2017;Ferreira, Barbosa & Maleck, 2018;. É possível justificar esse aumento na incidência da doença de acordo com as seguintes hipóteses: 1) melhoria na notificação e investigação dos casos, 2) ampliação dos critérios de definição de caso de sífilis congênita ocorrida no ano de 2004, 3) necessidade da realização do teste não treponêmico (VDRL) no momento do parto como requisito para o recebimento do pagamento do procedimento pelos hospitais conveniados ao SUS, 4) deficiência na qualidade da assistência de pré-natal, 5) dificuldade de acesso ao serviço de saúde e desestruturação do sistema, 6) manutenção da transmissão vertical por diminuição do uso dos métodos contraceptivos, especialmente do preservativo (camisinha) (França et al, 2015;Nonato et al, 2015;Feitosa, Rocha & Costa, 2016).…”

Prevalência De VDRL Reagente Em Pacientes Atendidos Em Um Laboratório De Análises Clínicas, Em Leopoldina, Mg

“…Esta fase caracteriza-se pelo espalhamento do T. pallidum no organismo, gerando manchas avermelhadas simétricas na pele, erupções cutâneas nas palmas das mãos e plantas dos pés. Os sintomas podem vir a desaparecer de forma espontânea, indicando a entrada no período de latência (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006;CENCI;TAPARELLO;CATTANI, 2019;FERNANDES;WHO, 2016).…”