Introdução: a atual pandemia de Covid-19 está tomando a saúde como refém. A redução do número de diagnóstico de câncer durante esse contexto, já evidenciada em muitos países, chama atenção para uma possível nova epidemia: a de casos de tumores avançados, em que certamente o prognóstico é pior, em um sistema de saúde, como o Sistema Único de Saúde (SUS), em que, sob condições normais, já apresenta dificuldade em oferecer tratamentos em prazos adequados. Objetivo: evidenciar o impacto que a Covid-19 causou nos pacientes oncológicos, ao mapeando procedimentos de rastreamento, diagnóstico e tratamento dos pacientes comparando com o período de 2019, sob cenário não pandêmico. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo. Foi realizada a busca por incidência de cânceres no Brasil, durante os anos de 2019, 2020 e 2021, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) – DATASUS. Resultados e discussão: os motivos para este fenômeno são variados, passando por recomendações dos próprios médicos em adiar consultas, cirurgias e exames de rotina, bem como redução da capacidade de atendimento de hospitais com vários profissionais de saúde doentes, mas, principalmente, o medo dos pacientes de saírem de casa para as consultas e exames, aliado ao receio de se contaminarem com o coronavírus nos hospitais ou clínicas ou até mesmo no transporte público. Conclusão: A redução do número de biópsias para diagnóstico de câncer, bem como de outros critérios diagnósticos, tem repercussão muito grande na mortalidade corroborada pelo câncer.