e Mariane Borba MONTEIRO 2,3 RESUMO -Racional -O transplante hepático é utilizado para o tratamento de doenças hepáticas em estado avançado, quando a sobrevida e a função hepática são aumentadas após o procedimento. Objetivo -Avaliar e comparar a função pulmonar, a condição funcional e a qualidade de vida de pacientes candidatos ao transplante hepático e após a realização do procedimento cirúrgico no período de 1, 3, 6, 9 e 12 meses de pós-operatório. Métodos -Trabalho transversal, observacional, com amostra de conveniência, composta por 30 pacientes, divididos em seis grupos (com cinco indivíduos em cada grupo), nos seguintes tempos: pré-transplante, 1, 3, 6, 9 e 12 meses de pós-operatório. Todos os indivíduos foram avaliados em um único momento, quando foram mensurados a capacidade vital forçada, o volume expiratório forçado no primeiro segundo, as pressões inspiratória e expiratória máxima, a distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos e os domínios relacionados à qualidade de vida através do questionário de qualidade de vida auto-aplicativo "Short Form 36". Resultados -Houve melhora em todas as variáveis ao comparar o período pré-transplante com os consecutivos meses de pós-operatório, onde a pressão inspiratória máxima, a distância percorrida e o domínio da capacidade funcional apresentaram mudanças estatisticamente significantes. Conclusão -O transplante hepático é uma alternativa para o tratamento das doenças hepáticas avançadas e proporciona aos pacientes benefícios nas condições respiratórias e funcionais, contribuindo para melhora da qualidade de vida. DESCRITORES -Transplante de fígado. Capacidade pulmonar total. Capacidade residual funcional. Qualidade de vida.
INTRODUÇÃOAs doenças hepáticas avançadas são responsáveis pelas alterações metabólicas, desnutrição, perda da massa e da função musculares, alterações respiratórias e demais sintomas relacionados com a hepatopatia (1) . A associação desses fatores induzem à deficiência motora global e à inatividade física, interferindo negativamente nas atividades de vida diária (AVD) e na qualidade de vida (QV) dos indivíduos que possuem doença hepática em fase avançada e são considerados candidatos ao transplante hepático (TxH) (6,7,12,15,18) . Os TxH com doadores cadáveres e vivos realizados anualmente no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 2002 a 2005, atingiram a média de 117 procedimentos (20) . Atualmente as indicações mais comuns para a realização deste procedimento são a hepatite C crônica e a doença hepática alcoólica, o que corresponde a 40% do total de candidatos adultos que aguardam pelo TxH (3) . Estudos sugerem que o TxH proporciona maior sobrevida e significativa melhora da QV para pacientes que possuem doença hepática em estágio terminal (1,5,18,26) . No entanto, outros pesquisadores demonstram que a permanência de sintomas físicos pós-transplante, como a baixa funcionalidade física e a redução da tolerância ao exercício (16,19) , além de complicações respiratórias decorrentes da cirurgia abdominal, podem estar presentes (24...