Objetivou-se com o estudo avaliar a percepção dos condutores do transporte rodoviário de bubalinos sobre o bem-estar animal e sua influência na qualidade da carcaça e carne. Para a realização do estudo, aplicaram-se questionários estruturados e semiestruturados a 44 condutores do transporte rodoviário de bubalinos de três abatedouros-frigoríficos. Com o instrumento utilizado na pesquisa obteve-se informações inéditas, como: (i) exclusividade do gênero masculino na atividade; (ii) baixo nível de escolaridade entre os condutores, com predominância do ensino fundamental incompleto e completo; (iii) longo tempo de experiência dos entrevistados na atividade de transporte de bubalinos; (iv) pouco ou nenhum entendimento da responsabilidade com a carga animal transportada, sobretudo, relacionada à necessidade de fornecimento de água aos bubalinos, realização de paradas do veículo para atender às necessidades fisiológicas dos animais, utilização inadequada de dispositivos para o manejo dos bubalinos, seja no embarque, translado ou desembarque e, transporte de alta densidade de carga animal; (v) conhecimentos superficiais ou mesmo ausentes da temática bem-estar animal; e, (vi) não participação dos condutores em treinamentos sobre boas práticas de manejo no transporte de animais o que converge para o não entendimento da influência direta do transporte realizado de maneira inadequado sobre a qualidade da carcaça e carne. Conclui-se que apesar da existência de normas específicas para o transporte de cargas vivas, empresas do setor de abate animal, proprietários e articuladores de negociações negligenciam o assunto. Dessa forma, fiscalizações de trânsito devem ser realizadas no sentido de coibir e disciplinar o trânsito de cargas vivas no estado do Maranhão, orientar condutores do transporte rodoviário de bubalinos sobre a importância da observância dessas leis e das que disciplinam sobre o bem estar animal.