Objetivo: revisar a literatura sobre o tratamento das doenças periodontais associado a probióticos, identificando as funcionalidades e os principais agentes microbianos empregados. Material e método: foi realizada busca nas bases de dados eletrônicas PubMed e Science Direct, empregando os termos de busca probiotics e periodontal diseases. Como critérios de inclusão, foram selecionadas pesquisas clínicas originais e ensaios clí-nicos publicados em português ou inglês. Resultados: após pesquisa e minuciosa revisão por título e resumo de cada estudo, 40 ensaios clínicos randomizados foram selecionados para avaliação dos desfechos observados. Todos os estudos empregaram probióticos associados a raspagem, alisamento e polimento coronorradicular. A cepa bacteriana mais utilizada é o Lactobacillus reuteri. Foi demonstrado que os probióticos conferem potencial auxilio ao tratamento das lesões periodontais. Embora os parâmetros avaliados nem sempre sejam beneficiados pelo tratamento, o uso dos microrganismos benéficos reduziu a necessidade de intervenção cirúr-gica principalmente em pacientes com bolsas profundas. Considerações finais: A utilização dos probióticos se mostra segura e traz pequenos ganhos auxiliares no tratamento das doenças que acometem o periodonto. Desenhos de estudos com rigor metodológico e amostras representativas são encorajados visando analisar e testar os benefícios desses agentes.
IntroduçãoOs probióticos são definidos como bactérias que promovem benefícios, portanto necessitam promover efeitos fisiológicos, ser seguros para o uso, está-veis ao ácido gástrico e à bile, além de aderir à mucosa intestinal 1 . A Organização Mundial da Saúde (OMS) define probióticos como microrganismos vivos que, administrados em quantidades adequadas, são capazes de promover benefícios ao hospedeiro a partir da supressão de patógenos endógenos e exó-genos, beneficiando a resposta imune 2 . Existem inúmeras células bacterianas que habitam o organismo dos seres humanos. Estudos recentes buscam o mapeamento desse microbioma, para, de forma unificada e específica, centrar ações terapêuticas cada vez mais na especificidade das lesões e doenças, evitando resistência microbiana, sobretratamentos, superdoses medicamentosas e utilização de medicamentos pouco ativos ou inativos para dada patologia 3 . Os probióticos estão no centro dessas descobertas, sendo os principais vetores para promoção de ação nos diferentes microrganismos endógenos humanos, visando ao desenvolvimento do processo de saúde no hospedeiro 4,5 . Esses agentes, que podem estar presentes em alimentos e também em alguns produtos específicos, têm sido utilizados em benefício da saúde e, em alguns casos, no tratamento adjuvante de algumas doenças. As