Introdução: A assistência à saúde mental no Brasil passou por avanços com a Reforma Psiquiátrica, introduzindo-se novas práticas e aperfeiçoando-se estratégias na Rede de Atenção Psicossocial, como a Atenção Primária à Saúde. Nesta nova realidade, o matriciamento destaca-se como um novo modo de produzir os cuidados compartilhados entre a equipe especializada e a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF). Entretanto, ainda se encontram dificuldades em implementar suas ações. Objetivo: Descrever os desafios e potencialidades na implantação de uma metodologia proposta para o matriciamento em Saúde Mental na Atenção Primária. Métodos: Trata-se de estudo qualitativo, cuja população foi composta de cinco médicos participantes de uma intervenção de implantação do matriciamento em dois Centros de Saúde da Família, sendo três médicos da ESF e dois que atuavam como matriciadores. Para a coleta de dados, incluíram-se: observação sistemática, entrevista não estruturada, entrevistas grupais e pesquisa documental. Realizou-se pré-teste com um médico da ESF e, após esta fase, realizaram-se cinco entrevistas individuais e três grupais, sendo um grupo com médicos da ESF, outro com os matriciadores e um com os cinco médicos. Para a análise dos dados, utilizou-se análise temática de Minayo. Resultados: Com base na análise temática, emergiram das falas dos entrevistados quatro categorias de análise: “definição de matriciamento”, “como implantar e desenvolver o matriciamento”, “vantagens e potencialidades do matriciamento” e “dificuldades para o processo”. Conclusões: O matriciamento em saúde mental é uma ferramenta extremamente útil e precisa ser amplamente expandida no atual cenário da saúde. Neste estudo, a percepção das vantagens e a motivação para realizar as ações pelos entrevistados demonstram como esta é uma estratégia de exequível implementação e passível de multiplicação.