O envelhecimento populacional pode resultar no aumento não apenas de doenças físicas, mas também de doenças mentais. A depressão, como um transtorno mental, impacta significativamente na qualidade de vida dos idosos. No entanto, os sintomas frequentemente são negligenciados por profissionais de saúde, sendo erroneamente considerados como uma consequência natural do envelhecimento. O enfermeiro, desempenhando um papel crucial no contato direto com os idosos na Atenção Básica, tem a responsabilidade fundamental de identificar manifestações clínicas indicativas de depressão. Tratou-se de um estudo descritivo e transversal, com uma amostra de 118 idosos que frequentaram uma Unidade Básica de Saúde durante três meses. Os objetivos incluíram analisar o perfil sociodemográfico dos idosos, avaliar o status cognitivo, determinar o índice de idosos com sintomas depressivos não diagnosticados, avaliar a capacidade funcional e analisar a influência do perfil sociodemográfico e da capacidade funcional sobre a depressão. Os dados indicaram que 75,8% das pessoas eram do sexo feminino, enquanto 82,5% estavam na faixa etária de 60├ 79 anos. Além disso, 65% dos participantes exibiram sintomas indicativos de depressão, enquanto 57,5% demonstraram independência nas ABVDs e 96,7% nas AIVDs. Adicionalmente, 60,8% apresentaram baixa AAVD, sendo que a maioria dos idosos manteve preservada a capacidade cognitiva. As variáveis que mais influenciaram o índice de depressão foram o arranjo de moradia e a presença de um companheiro, indicando que viver sozinho ou a ausência de companhia pode aumentar o risco de depressão. Esses resultados ressaltam a importância de os profissionais de saúde adotarem uma abordagem cuidadosa e minuciosa na identificação de sintomas depressivos em idosos, visando uma intervenção eficaz e melhor qualidade de vida para essa população.