Este artigo busca compreender como as energias renováveis emergentes contribuem para a sustentabilidade global ao mesmo tempo em que geram impactos e conflitos socioambientais locais, analisando discursos dos atores envolvidos na defesa ou não do atual modelo de implementação dessas energias no Rio Grande do Norte (RN). Metodologicamente, o artigo se utilizou de uma metodologia com abordagem qualitativa, realizando um estudo de caso do RN a partir de discursos de atores ligados aos mais diversos setores de energias renováveis emergentes no estado, de modo a analisar, em geral, as questões de sustentabilidade global e de impactos e conflitos socioambientais locais gerados por essas energias. Como instrumento de coleta dos dados, foi empregado o levantamento bibliográfico e de outros dados secundários, sendo analisados através da análise de conteúdo. A partir dos dados obtidos, os resultados deste artigo consideram que as energias renováveis emergentes são fontes que corroboram na efetivação da sustentabilidade global quando subsidiam na transição energética, na descarbonização e no enfrentamento das mudanças climáticas. No entanto, a partir do caso do RN, é possível observar como as energias renováveis emergentes são produtoras de insustentabilidade no nível local, gerando impactos e conflitos aos territórios e suas populações. Muito embora, este não seja o discurso, sobretudo, do governo estadual do RN e seus representantes, bem como dos atores ligados ao setor privado, os quais defendem que são tais energias são renováveis, limpas, sustentáveis, e geradoras de desenvolvimento regional e local.