A infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) fora elevada ao status de pandemia em março de 2020. Os casos mais graves evoluem para um quadro de insuficiência respiratória aguda que requer cuidados intensivos e outras abordagens específicas. Porém, após o aumento de casos verificou-se um aumento de perturbações também na esfera psicológica e social podendo interferir na capacidade de enfrentamento da doença e trazendo sequelas duradouras. Este estudo tem como objetivo evidenciar o aumento de transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão na rotina da Saúde Básica no contexto da pandemia COVID 19, demonstrando a importância do atendimento no setor primário. O trabalho realizado é do tipo descritivo, qualitativo no formato de relato de experiência. Utilizou-se o Arco de Maguerez seguindo as etapas de observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipótese de solução e aplicação na realidade a partir de contextualizações do cotidiano de uma médica atuante na saúde básica no município de Conceição-PB. Evidenciou-se, que assim como na literatura científica vigente e atual, houve com a chegada do novo Coronavírus, um aumento significativo no diagnóstico e tratamento farmacológico de perturbações da ordem psicológica como ansiedade e depressão. O enlutamento pela perda de familiares bem como pela mudança de comportamentos de forma abrupta foi sem dúvida fatores determinantes no aumento do índice dessas patologias, estas acometendo não só usuários do sistema de saúde, mas também, profissionais envolvidos na linha de frente do combate ao vírus. Verificou-se que através da observação subjetiva da realidade, propostas de modificação no acolhimento e condução dos pacientes podem ser traçadas de forma objetiva na tentativa de se minimizar não só a diminuição do contágio como a redução de sequelas obtidas pelo aparecimento e intensificação desses transtornos em questão.