FR. Cet article a pour objectif de discuter d’un outil d’analyse des carrières des journalistes reposant sur une analyse approfondie des trois grandes strates qui composent leur identité professionnelle - l’identification au groupe professionnel journalistique, l’identification organisationnelle fondée sur le rattachement au média et à l’entreprise et enfin, la trajectoire personnelle - et de la manière dont ces strates s’articulent entre elles. À partir des résultats d’une recherche consacrée à l’évolution récente des carrières des journalistes du quotidien belge Le Soir, nous y défendons la thèse selon laquelle l’analyse des trois strates identitaires et de leur articulation contribue à affiner la compréhension des mécanismes structurant le paradigme gravitationnel des mondes sociaux issu de la sociologie interactionniste (Bastin, 2016 ; Strauss, 1992) et à approfondir l’étude des carrières des journalistes dans un contexte de profondes transformations organisationnelles de l’emploi et du travail. En effet, mobiliser une analyse des trois strates identitaires, de leur ajustement ou, au contraire, de leurs dissonances, représente, selon nous, un outil pertinent permettant notamment de mieux comprendre l’attraction exercée par certaines positions au sein des mondes du journalisme, les mouvements de distanciation induits par les transformations récentes de l’emploi et du travail et, enfin, les départs du journalisme.
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EN. TThis article aims at discussing a tool for analyzing journalists' careers based on an in-depth analysis of the three main dimensions (strates) that make up their professional identity, namely identification with the journalistic professional group, identification with the organization on the basis of attachment to the media and the company, and personal trajectory, and how these dimensions relate to each other. Drawing on the results of a research project on the recent evolution of the careers of journalists working for the Belgian daily Le Soir, we argue that an analysis of the three identity dimensions and their articulation helps to refine our understanding of the mechanisms structuring the gravitational paradigm of social worlds developed by interactionist sociology (Bastin, 2016; Strauss, 1992), and helps to expand the study of journalists' careers in a context of profound organizational transformations in both employment and work spheres. In fact, mobilizing an analysis of the three identity dimensions, of their alignment or on the contrary of their discordance, represents a relevant tool in our perspective, enabling us among other things to better understand the attraction exerted by certain positions within the worlds of journalism, the distancing movements induced by recent transformations in employment and work spheres and, finally, departures from journalism.
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PT. O objetivo deste artigo é discutir uma ferramenta de análise das carreiras no jornalismo, com base em uma análise pormenorizada das três principais camadas (strates) que formam a identidade profissional jornalística – identificação com o grupo profissional jornalístico; identificação organizacional baseada no vínculo com a mídia e empresa; e trajetória pessoal – além da forma como essas camadas se articulam entre si. A partir dos resultados de uma pesquisa que investigou o desenvolvimento recente das carreiras dos jornalistas do diário belga Le Soir, sustentamos que a análise das três camadas identitárias e a articulação entre elas contribui para aperfeiçoar o entendimento dos mecanismos que estruturam o paradigma gravitacional dos mundos sociais, originado da sociologia interacionista (Bastin, 2016; Strauss, 1992), e também para aprofundar o estudo das carreiras jornalísticas no contexto de profundas transformações organizacionais em relação a emprego e trabalho. De fato, a análise das três camadas identitárias, com suas sintonias ou, ao contrário, com suas dissonâncias, constitui, ao nosso ver, uma ferramenta relevante para compreender melhor a atração exercida por certas posições no universo do jornalismo; os movimentos de distanciamento gerados pelas recentes transformações no emprego e no trabalho; e, por fim, os desvios do jornalismo.
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