A Síndrome Doença Celíaca, Epilepsia e Calcificação Cerebral (CEC) é uma patologia rara e pouco conhecida que pode ser confundida com outras condições neurológicas. Os exames de imagem são fundamentais para o diagnóstico correto e preciso, os quais permitem a escolha do tratamento mais adequado. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de síndrome CEC em um paciente com diagnóstico prévio de doença celíaca e epilepsia, ao destacar a importância dos exames de imagem no diagnóstico e no tratamento dessa patologia. Um paciente de 29 anos, sexo masculino, apresentou quadro de migrânea crônica e amaurose há 5 anos, além de histórico de doença celíaca (DC) e epilepsia. O paciente foi admitido no centro de neurorradiologia de um hospital de referência na capital paulista para investigação diagnóstica. Foram realizados exames de imagens: ressonância magnética (RM) do crânio e tomografia computadorizada (TC). A RM evidenciou extensos focos de hipossinal associados a áreas de encefalomalácia e gliose, os quais acometeram a substância branca dos lobos occipitais, com extensão aos lobos temporais e parietais. A TC evidenciou extensas calcificações grosseiras que acometeram as regiões parieto-temporo-occipitais, associadas a uma área hipoatenuante no parênquima encefálico adjacente sugestivo de gliose. Frente à análise dos resultados dos exames de imagens realizados, confirmou-se o diagnóstico de síndrome CEC, tendo em vista o diagnóstico prévio de DC e a associação com o histórico de crises convulsivas e os achados imagenológicos relativos às calcificações subcorticais occipitais, bilaterais e simétricas presentes, além da ausência de efeito expansivo e realce pelo meio de contraste. A síndrome CEC é uma patologia rara e pouco conhecida que pode apresentar sintomas semelhantes a outras doenças neurológicas. O diagnóstico correto e preciso é essencial para o tratamento adequado e para a prevenção de complicações futuras. Os exames de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, são fundamentais para o diagnóstico e a escolha do tratamento mais adequado. No caso descrito, o uso do levetiracetam foi eficaz para o controle das crises epilépticas e para a melhora da qualidade de vida do paciente. É importante que os profissionais de saúde estejam atentos aos sintomas e ao histórico do paciente para um diagnóstico precoce e preciso da patologia.