Projeto de uma Plataforma Multimodal de Jogos Sérios para Auxílio a Terapia para Autistas

Abstract

A tecnologia pode aumentar a eficácia das intervenções terapêuticas tradicionais para indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA). No entanto, a terapia pode ser estressante e, portanto, intervenções baseadas em tecnologia que incorporam o monitoramento do estado emocional do usuário durante o uso é uma característica interessante. Este trabalho descreve o desenvolvimento de uma plataforma digital no formato Arcade capaz de capturar a frequência cardíaca por meio de um sensor óptico não invasivo embutido em um joystick. Um jogo sério foi desenvolvido para testar o sinal da frequência cardíaca como um parâmetro do jogo para evitar o estresse do jogador em desafios que exigem destreza óculo-manual. A frequência cardíaca foi integrada aos parâmetros do jogo controlando o tempo de duração do jogo. O hardware e software do projeto foram avaliados por especialistas e interessados na área de TEA, resultando em uma avaliação favorável e que mostra a importância de plataformas atraentes e multimodais para este público.

Plataforma de Projeção Interativa para Jogos Sérios Relacionados ao Transtorno do Espectro Autista

“…As reuniões PEED realizadas neste trabalho contaram com a participação de 42 pessoas, entre elas profissionais da área de TEA, pais de autistas e autistas, totalizando 1280 minutos de discussão, distribuídos em 15 meses, como mostra a Tabela 1. Através destes encontros com UFEs em TEA (psicólogos, pedagogos, fisioterapeutas entre outros profissionais e até autistas), foram definidas as principais necessidades, restrições e cuidados que a ETD deveria tomar durante o desenvolvimento da mecânica, estética de cores e sons, níveis de dificuldade e objetivos do jogo para a população TEA, que foram sumarizados e apresentados no artigo "Requisitos para Jogos Sérios Ativos em Chão Interativo para o Público Autista" [Trindade, Pereira e Hounsell 2022b]. Entre estes requisitos, podem-se citar: evitar situações repentinas durante o jogo (sustos); evitar muitos estímulos ao mesmo tempo; trabalhar inicialmente com objetos simples; evitar fundos musicais (principalmente os associados a programas de TV e aplicativos) e; garantir a segurança do jogador em relação à área de utilização do JS.…”

“…Intervenções que utilizam recursos tecnológicos como tablets, computadores e smartphones vêm sendo cada vez mais frequentemente utilizadas nas terapias do Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois são de fácil acesso e atrativa para este tipo de público [Galvão 2012]. Contudo, apesar da atratividade, são escassas as opções e pesquisas envolvendo tecnologia para pessoas com TEA [Trindade, Pereira e Hounsell 2022b]. Neste contexto, jogos digitais sérios (JS) podem se tornar uma ferramenta de grande valia, pois são jogos desenvolvidos com a participação de especialistas e tem como objetivo principal unir um propósito específico, dito sério, com o entretenimento que jogos de videogame podem proporcionar [Alvarez e Djaouti 2011].…”

Chão Interativo e Jogos Sérios Ativos para Autistas: A Plataforma T-TEA e o Jogo RepeTEA

“…Foram executadas 12 reuniões, totalizando 1220 minutos, com a participação de 41 UFEs e 3 ETDs (2 engenheiros eletricistas e um bacharelando em ciências da computação). Através destes encontros com UFEs em TEA (psicólogos, pedagogos, fisioterapeutas entre outros profissionais e até autistas), foram definidas as principais necessidades, restrições e cuidados que a ETD deveria tomar durante o desenvolvimento da mecânica, estética de cores e sons, níveis de dificuldade e objetivos do jogo para a população TEA [Trindade, Pereira e Hounsell 2022]. Entre elas pode-se citar: evitar situações repentinas durante o jogo (sustos); evitar muitos estímulos ao mesmo tempo; trabalhar inicialmente com objetos simples; evitar fundos musicais (principalmente os associados a programas de TV e aplicativos) e; garantir a segurança do jogador em relação à área de utilização do JS.…”

“Juntos Venceremos” – Um exergame para teste de jogo multiplayer utilizando visão computacional

“…Um exemplo disso é utilização de jogos digitais como ferramenta educacional e até mesmo em sessões terapêuticas. Em [Trindade, 2022] foi descrito o desenvolvimento e avaliação de uma plataforma interativa de projeção de jogos sérios ativos (exergames) voltados para o público com transtorno do espectro autista (TEA) que, através da utilização de visão computacional e equipamentos convencionais (projetor de vídeo, computador e webcam), detecta a interação do jogador com o jogo sem a necessidade de sensores ou dispositivos extras de controle. Especialistas na área de TEA avaliaram a plataforma e apontaram melhoramentos, entre eles, a importância da utilização dos jogos por mais de um jogador (jogos multiplayer) pela razão de que um dos déficits comuns na população autista é a dificuldade de socialização, e desta forma, jogos sérios multiplayers poderiam ser uma forma de incentivo e oportunidade de treino de socialização para esta população.…”