Confesso que fiquei muito horado com o convite dos professores Sérgio Murilo Petri e Sandro Vieira Soares para escrever o editorial da Revista Catarinense da Ciência Contábil no ano de 2022. Me foi solicitado apresentar minhas percepções sobre o impacto/tendência dos programas de pós-graduação (PPG) de contabilidade e das pesquisas aplicadas para as áreas de Contabilidade e Negócios. Me senti encorajado, considerando que atuo em PPGs Stricto Sensu em Contabilidade há pelo menos 19 anos, tanto em cursos acadêmicos quanto profissionais, em nível de mestrado e doutorado, inclusive na coordenação dos PPGs, além de ter participado como consultor no processo de avaliação quadrienal na Capes.Quando olhamos a história da Pós-Graduação em Contabilidade no Brasil e a respectiva pesquisa gerada, percebe-se que houve mudanças evolutivas. A primeira mudança ocorreu em termos de quantidade de cursos na área de contabilidade. Até 2000, tínhamos 5 mestrados e 1 doutorado. Em 2010, eram 20 mestrados (sendo 3 profissionais) e 4 doutorados. 2021: temos 37 mestrados (sendo 7 profissionais) e 17 doutorados (sendo 2 profissionais) (Beuren, 2021). O primeiro mestrado profissional teve início em 2001 e o primeiro doutorado profissional na área em 2018. Quando se cresce em tamanho, os desafios da área também se tornam maiores.A segunda evolução que se pode apontar foi na metodologia utilizada nas pesquisas em contabilidade. Até o ano 2000, as pesquisas em contabilidade no Brasil eram predominantemente normativas, opinativas e descritivas, derivadas de teses e dissertações (Martins & Iudícibus, 2019). Em seguida iniciou-se uma mudança para uma abordagem positivista, com o uso de dados empíricos e tratamentos estatísticos mais robustos para análises. Isso fez com que surgisse um maior alinhamento com a pesquisa publicada em diversos periódicos internacionais qualificados.Editado em português e inglês. Versão original em português.