Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) representam um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Dada a situação especial ocasionada pela pandemia do novo coronavírus, surgiu a necessidade de conhecer quais as repercussões do modelo de trabalho adotado na saúde dos trabalhadores. Nesta perspectiva, este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de DORT em trabalhadores durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Para tanto, um estudo exploratório-descritivo foi conduzido com 4.891 trabalhadores. As informações foram coletadas via internet, por meio de formulário estruturado. A sintomatologia dolorosa autorreferida pelos trabalhadores foi avaliada pelo Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) e Visual Numeric Scale (VNS). Os resultados indicaram uma prevalência de DORT em 64% dos participantes, sendo a coluna lombar (79,5%), punhos/mãos (68,6%), pescoço (64,8%) e coluna dorsal (57,8%) as regiões anatômicas mais afetadas durante o teletrabalho. A intensidade da dor variou entre leve e forte, sobretudo entre as mulheres (p < 0,05). A sintomatologia dolorosa reportada neste estudo revelou-se com potencial de cronificação, o que pode resultar na incapacidade funcional permanente do trabalhador. Nesse sentido, as medidas de controle determinadas pelas autoridades competentes devem ser viabilizadas pelos empregadores para promover a saúde desses profissionais enquanto durar o trabalho remoto.